O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), iniciou no último dia 15 de abril a aplicação dos questionários do Índice de Estigma em Relação às Pessoas Vivendo com HIV. O projeto faz parte do Plano Conjunto sobre HIV e AIDS das Nações Unidas 2018-2019.
Cerca de 60 voluntários foram treinados entre novembro de 2018 e fevereiro de 2019, em parceria com a ONG Gestos Soropositividade, Comunicação e Gênero, para a aplicação dos questionários entre pares. A previsão é de que até o fim de maio eles tenham entrevistado mais de 2 mil pessoas vivendo com HIV/AIDS nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife, Porto Alegre, Manaus e Brasília.
A pesquisa entre pares vai levantar informações relevantes sobre as representações de estigma e discriminação no Brasil vividas por essa população específica, hoje estimada em quase 900 mil pessoas. O Índice permite não apenas entender o impacto do estigma sobre essas pessoas, mas também oferece subsídios importantes para a construção de políticas públicas voltadas para a resposta ao HIV e à AIDS.
Desde a criação do Índice em 2008, esta será a primeira vez que o Brasil terá o seu próprio indicador. Esta metodologia global já foi aplicada em mais de 100 países e contou com a participação de mais de 100 mil pessoas nestes mais de dez anos de existência.
Participam do questionário pessoas vivendo com HIV que sejam maiores de 18 anos e que morem na região metropolitana de uma das sete cidades escolhidas em cada região do país. A adaptação da pesquisa para o Brasil passou pela avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e segue todos os preceitos de sigilo e suporte aos respondentes, como adotados para pesquisas deste tipo. A compilação das respostas e a produção de um banco de dados está a cargo da PUC-RS e a previsão de publicação das primeiras análises está prevista para o segundo semestre de 2019.
O Projeto é implementado no Brasil com apoio do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas, Rede Nacional de Adolescentes de Jovens Vivendo com HIV/AIDS, RNP+ Brasil e Rede Nacional de Mulheres Travestis e Transexuais e Homens Trans Vivendo e Convivendo com HIV/AIDS.
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