Líderes de países africanos e da China reuniram-se em Pequim, na China, durante a Cúpula do Fórum de Cooperação China–África (FOCAC) de 2018, nos dias 3 e 4 de setembro, para acelerar o desenvolvimento social e econômico da África. Com o tema “China e África: em direção a uma comunidade ainda mais forte com um futuro compartilhado através da cooperação de benefício mútuo”, a cúpula de dois dias serviu para aprimorar a colaboração África-China em oito áreas principais: promoção industrial, conectividade de infraestrutura, facilitação de comércio, desenvolvimento ambiental, desenvolvimento de capacidades, serviços de saúde, intercâmbios interpessoais e paz e segurança. O presidente da China, Xi Jinping, também anunciou um pacote de ajuda, investimentos e empréstimos de US$ 60 bilhões para a África.
Durante a abertura oficial, o Presidente da China enfatizou que a África tem muito potencial e é um continente cheio de esperança. Ele disse que a China lançará uma iniciativa de assistência médica e que a cooperação e o intercâmbio de informações sobre saúde pública serão intensificados. Serão lançados programas de cooperação sobre prevenção e controle de doenças transmissíveis emergentes e reemergentes, esquistossomose, HIV e malária.
O atual Vice-Presidente da FOCAC, Cyril Ramaphosa, presidente da África do Sul, saudou as novas iniciativas da Cúpula, que terão um impacto significativo e duradouro para a paz, estabilidade e desenvolvimento sustentável no continente africano. O atual Presidente da União Africana, Paul Kagame, Presidente de Ruanda, disse que os países africanos vão intensificar o trabalho na indústria, infraestrutura e comércio. Antonio Guterres, Secretário-Geral das Nações Unidas, descreveu a FOCAC como uma encarnação de duas grandes prioridades das Nações Unidas: buscar uma globalização justa e promover o desenvolvimento sem deixar ninguém para trás. O Presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, destacou a necessidade de criar ainda mais sinergia entre a Agenda 2063 da União Africana e a Iniciativa Cinturão e Estrada da China.
Os líderes concordaram com a Declaração de Pequim e o Plano de Ação de Pequim, que servirão como um plano para complementar a cooperação entre a China e a África nos próximos três anos. Os documentos finais, que listam o fim da AIDS como parte da cooperação de saúde China–África, também focam na sustentabilidade na saúde e incluem a produção local de medicamentos na África, fortalecendo sistemas e desenvolvendo a capacidade dos profissionais de saúde pública como ponto essencial para alcançar o atendimento de saúde universal.
Michel Sidibé, Diretor Executivo do UNAIDS, participou de reuniões bilaterais com Presidentes da Costa do Marfim, Guiné Equatorial, Mali e Serra Leoa e destacou contribuições importantes para a saúde que a cooperação China–África podem fazer para melhorar o acesso a medicamentos e produção farmacêutica local na África.
A União Africana endossou a iniciativa de 2 milhões de agentes comunitários de saúde para a África, que foi levantada durante a reunião bilateral do Diretor Executivo do UNAIDS com o Presidente de Serra Leoa, Julius Maada Bio. Segundo ele, há apenas dois ginecologistas em todo o país e a abordagem do agente comunitário de saúde é um meio fundamental para garantir que as pessoas tenham acesso aos serviços essenciais de saúde.
Sidibé também reuniu-se com o Conselho Empresarial China–África, que também preside a Aliança da Indústria da Saúde China-África. A cooperação China–África pode gerar mudanças transformadoras na saúde e fornecer uma plataforma para encontrar soluções centradas em pessoas para acabar com a AIDS e expandir a cobertura universal de saúde.