Organizações religiosas têm desempenhado um papel fundamental na resposta à tuberculose (TB). Muitos provedores de serviços de saúde relacionados à religião implementaram respostas efetivas à TB/HIV inspiradas em décadas de trabalho em TB. Hoje, as organizações religiosas estão oferecendo serviços de TB/HIV eficazes e de alta qualidade que complementam os programas nacionais de saúde pública nos países mais afetados pela TB e pelo HIV.
Respostas bem-sucedidas à TB/HIV abordam os determinantes biomédicos e sociais que sustentam essas doenças, tais como pobreza, desigualdade, situações de conflito e crise, direitos humanos comprometidos e criminalização. Crianças e adolescentes são particularmente vulneráveis à infecção e ao impacto da TB/HIV em suas famílias. Por terem posições de confiança no centro das comunidades, as organizações religiosas podem fornecer serviços e apoio que se estendem além do alcance de muitos sistemas de saúde do setor público.
Para proporcionar a oportunidade de fortalecer relacionamentos e criar novas parcerias, em 27 de setembro a Aliança Ecumênica em Advocacy do Conselho Mundial de Igrejas, em colaboração com o UNAIDS, o Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Alívio da AIDS (PEPFAR) e a Força-Tarefa Interagencial das Nações Unidas sobre Religião e Desenvolvimento organizaram um café da manhã de oração inter-religiosa paralelo à 73ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York, nos Estados Unidos. Os principais oradores concentraram-se nos resultados da Reunião de Alto Nível das Nações Unidas sobre Tuberculose, realizada em 26 de setembro, e examinaram como a longa experiência das organizações religiosas na resposta à TB/HIV pode apoiar as novas declarações acordadas pelos Estados-membros durante a histórica reunião de alto nível.
Entre os participantes, estavam líderes religiosos e provedores de serviços de saúde de diferentes tradições religiosas. Sobreviventes de TB multirresistente trouxeram um poderoso senso de urgência e realidade para a discussão. Os participantes renovaram o apelo aos governos nacionais para não só manter, mas aumentar, o apoio para acabar com a AIDS e a TB como ameaças de saúde pública até 2030.
CITAÇÕES
“Somos gratos aos defensores que nos chamam quando as coisas não vão bem e nos mantêm informados. Aqui, eu deixo essa semana grata, pois quando quando a comunidade religiosa se une a governos e financiadores, podemos alcançar nossos objetivos. Vocês nos deixam orgulhosos.”
DEBORAH BIRX, COORDENADORA GLOBAL DE AIDS DOS ESTADOS UNIDOS E REPRESENTANTE ESPECIAL PARA A DIPLOMACIA DE SAÚDE GLOBAL
“Nós precisamos uns dos outros. Líderes religiosos, por favor, ajudem-nos a acabar com o estigma e a discriminação. É inaceitável que 660 crianças morram devido à tuberculose todos os dias; 90% das crianças que morrem devido à tuberculose em todo o mundo não foram tratadas. E apenas 50% das crianças vivendo com HIV estão em tratamento. O mais importante é trabalhar em conjunto com compaixão, amor, generosidade, empatia e gentileza—com isso, mudaremos juntos o panorama das epidemias de HIV e tuberculose. ”
MICHEL SIDIBÉ, DIRETOR EXECUTIVO, UNAIDS
“Para muitos de nós, isso é pessoal e real. O avô do meu marido morreu devido à tuberculose quando o pai dele era jovem. Nossa esperança é que esse café da manhã fortaleça relacionamentos antigos e construa novas parcerias para combater a tuberculose e o HIV com ações concretas que trarão vida abundante a todos.”
MARY ANN SWENSON, CONSELHO MUNDIAL DE IGREJAS
“Vi no raio-x um grande buraco no meu pulmão e pensei: por que fui exposta à TB multirresistente a medicamentos? Eu dediquei minha vida a cuidar das pessoas. Mais tarde, tive a sorte de testar o primeiro novo medicamento para tuberculose em 40 anos. Salvou a minha vida e agora posso continuar falando e lutando para que muitos mais possam viver.”
DALENE VON DELFT, SOBREVIVENTE DE TUBERCULOSE MULTIRRESISTENTE A MEDICAMENTOS
“Nossa resposta à tuberculose e à AIDS não seria e não será a mesma que é hoje sem a comunidade religiosas. Agora há cinco ações fundamentais que precisamos tomar juntos. Educar, defender e combater o estigma. Continuar lutando pelo atendimento centrado no paciente. Dar voz aos sem voz, especialmente às crianças. Defender recursos para acabar com a tuberculose e o HIV. Pressionar para continuarmos fazendo parte da discussão.”
ERIC GOOSBY, ENVIADO ESPECIAL DO SECRETÁRIO GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS PARA TUBERCULOSE