O Diretor Executivo do UNAIDS, Michel Sidibé, completou uma visita de cinco dias a três países da África Austral. A missão incluiu discussões políticas de alto nível, o lançamento da sala de situação da saúde relacionada ao HIV em Lesotho e um diálogo franco e aberto com mulheres ativistas sobre como lidar com assédio e abuso sexual.
Começando em Lesoto, o Sidibé assistiu ao lançamento da sala de situação da saúde relacionada ao HIV com o Vice-Primeiro Ministro, Monyane Moleleki. A modelo Naomi Campbell foi convidada pelo UNAIDS para participar da visita de dois dias ao país e aprender mais sobre a resposta local ao HIV.
A sala de situação em Lesoto mostra dados de prestação de serviços em tempo real, produzindo um quadro abrangente e compreensivo da epidemia de HIV no país. Além disso, o novo mecanismo permite um feedback rápido dos resultados nos níveis nacional e comunitário e identifica gargalos no acesso aos serviços de saúde.
“O lançamento da sala de situação nos dá acesso a dados para moldar programas de saúde impactantes e eficientes. Esses são os tipos de inovações capazes de levar serviços àqueles que mais precisam deles e garantir que ninguém seja deixado para trás pela resposta à AIDS”, disse Sidibé.
Na véspera do lançamento, o Diretor Executivo do UNAIDS e Naomi Campbell visitaram o Hospital Queen II, em Maseru, também em Lesoto, e se reuniram com mulheres jovens vivendo com HIV e outras afetadas pela epidemia.
“Felicito o governo do Lesoto e os seus parceiros pelos progressos alcançados na resposta à AIDS. Mas o trabalho ainda está longe de ser concluído. A realidade é que não estamos alcançando meninas adolescentes e mulheres jovens. Deixo o Lesoto hoje empoderado, inspirado, encorajado e determinado a fazer tudo o que puder para dar ênfase a esta questão tão importante”, disse Naomi.
Na África do Sul, Sidibé discursou ao Parlamento Pan-Africano e destacou a importância de abordagens integradas de saúde centradas nas pessoas. Ele pediu que os parlamentares se comprometam a aumentar o financiamento com recursos domésticos para os serviços de saúde a fim de ampliar a sustentabilidade da resposta à AIDS no país e implementar mais medidas preventivas para melhorar a saúde das pessoas. Além disso, pediu que aprovem leis para proteger as mulheres e os grupos vulneráveis.
Sidibé deixou a sessão parlamentar para se encontrar com ativistas da sociedade civil preocupados com a resposta do UNAIDS às alegações de assédio sexual e abuso dentro da organização.
Em uma reunião de acompanhamento no dia seguinte, o Diretor Executivo do UNAIDS e mulheres ativistas se reuniram para discutir suas preocupações.
Sidibé concordou com ativistas em divulgar uma declaração após a reunião. “Eu as compreendo. Eu escutei todas vocês. Eu vou agir”, conclui Sidibé na declaração. Clique aqui para conhecer o conteúdo da declaração.
Durante a sua visita à África do Sul, Sidibé realizou reuniões separadas com o Presidente, Cyril Ramaphosa, o Vice-Presidente e o Presidente do Conselho Nacional Sul-Africano de AIDS, David Mabuza, e o Ministro da Saúde, Aaron Motsoaledi. Eles discutiram planos para aumentar o número de pessoas em tratamento no país para 2 milhões até 2020 e a necessidade de capacitar as autoridades locais e provinciais para aproximar os serviços de tratamento e prevenção das comunidades vulneráveis.
A última etapa da visita aos países do Sul da África foi em Lusaka, na Zâmbia, para conferir o Prêmio de Liderança 2018 do UNAIDS a Kenneth Kaunda—o primeiro presidente da Zâmbia após a independência do Reino Unido—por seus esforços no fortalecimento da resposta à epidemia no país.