O Diretor Executivo do UNAIDS, Michel Sidibé, anunciou um plano de cinco pontos para prevenir e enfrentar o assédio, incluindo o assédio sexual e o comportamento antiético, dentro do UNAIDS. O planejamento irá assegurar que o comportamento inadequado e o abuso de autoridade sejam identificados no início, que as medidas tomadas sejam devidamente documentadas e que as ações sigam o devido processo de maneira rápida e eficaz.
“Estou implementando mecanismos para a revisão de todas as políticas do UNAIDS sobre assédio sexual, abuso de autoridade e comportamento antiético, e garantindo uma avaliação profissional de todas as ações tomadas até o momento para identificar se há lacunas na implementação”, disse Sidibé. “Isso aumentará ainda mais a transparência de nossos processos e nos permitirá continuar avançando”. O planejamento de cinco pontos será liderado pela Diretora Executiva Adjunta para Gestão e Governança do UNAIDS, Gunilla Carlsson.
Primeiramente, serão nomeados pontos focais em cada departamento, escritório de país, escritório de ligação e escritório regional, que terão mecanismos estruturados de denúncia, relatando diretamente à Carlsson.
Em segundo lugar, será criada uma plataforma para que a equipe denuncie assédio, abuso de autoridade ou comportamento antiético dentro da organização. A plataforma aberta também permitirá aos funcionários propor opções inovadoras para prevenir o assédio.
Em terceiro lugar, a capacitação será intensificada, com treinamento presencial para ajudar a equipe a reconhecer comportamentos inadequados, melhorar suas habilidades para prevenir o assédio e denunciar rapidamente quaisquer casos de abuso que possam enfrentar ou testemunhar. A capacitação também incluirá o reconhecimento do preconceito inconsciente e incentivará o aumento da compreensão e tolerância dentro do ambiente multicultural das Nações Unidas.
Em quarto lugar, o UNAIDS desenvolverá e realizará uma pesquisa anual abrangente e independente em toda a organização sobre o bem-estar da equipe, que inclui questões sobre assédio, assédio sexual e comportamento antiético.
Em quinto lugar, o sistema de gestão de desempenho, recentemente introduzido, será melhorado. Além de avaliar o desempenho baseado na performance do trabalho, nos objetivos cumpridos, na eficácia da gestão e no progresso alcançado, os funcionários de todos os níveis também serão avaliados em seu comportamento ético no local de trabalho. Uma avaliação completa será incorporada como parte do processo de análise.
“A tolerância zero ao assédio sexual é parte da nossa missão e é fundamental para o nosso trabalho” — Michel Sidibé
Além disso, o Diretor Executivo do UNAIDS anunciou que irá instituir um painel independente e externo de alto nível, formado por mulheres líderes, sociedade civil, parceiros governamentais e especialistas, com o objetivo de fornecer recomendações ao UNAIDS para fortalecer ainda mais a implementação da política de tolerância zero em relação ao assédio sexual.
As novas iniciativas serão integradas a uma série de políticas inovadoras que o UNAIDS já implementou para facilitar a denúncia de casos de abuso, incluindo uma linha direta 24 horas, anônima e gratuita, acessível de qualquer lugar do mundo. As equipes de bem-estar e capacitação, compostas por profissionais especializados, visitarão e trabalharão nos escritórios locais e departamentos para abordar questões de gestão e operação, a fim de garantir um ambiente de trabalho construtivo em todos os escritórios do UNAIDS no mundo todo.
Esta iniciativa está em conformidade com o plano de ação do Secretário-Geral das Nações Unidas sobre o assédio sexual. O UNAIDS tem sido um dos líderes da reforma das Nações Unidas e está liderando o trabalho para garantir a igualdade de gênero no local de trabalho. Em 2013, o UNAIDS lançou um Plano de Ação sobre Gênero, que tinha seis metas a serem atingidas para assegurar a igualdade de gênero em toda a organização, incluindo garantir a igualdade de gênero nos cargos do Secretariado do UNAIDS e que 50% dos diretores nacionais do UNAIDS fossem mulheres. No final de 2017, 48% dos diretores dos escritórios nacionais do UNAIDS eram mulheres e a igualdade de gênero em toda a organização era de 53/47, com um pouco mais de mulheres trabalhando para a organização do que homens.
“A visão do UNAIDS é chegarmos a zero: zero novas infecções por HIV, zero discriminação e zero mortes relacionadas à AIDS”, disse Sidibé. “A tolerância zero ao assédio sexual é parte da nossa missão e é fundamental para o nosso trabalho”, acrescentou.
O UNAIDS continua a se esforçar para garantir um ambiente de trabalho seguro e construtivo para seus funcionários, a fim de continuar a liderar os esforços globais para acabar com a epidemia de AIDS até 2030.