Phylesha Brown-Acton, da Rede Transgênero da Ásia-Pacífico, é uma defensora dos direitos das minorias sexuais. Como voluntária da Rede de Diversidade Sexual do Pacífico, ela também fundou a rede F’INE (Família, Identidade, Navegação e Igualdade), que apóia as pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transsexuais e intersexuais do Pacífico e suas famílias.
“Vivenciar a discriminação diariamente, ver isso acontecer com meus colegas e alguns dos membros da minha família, me fez pensar se eu queria continuar vivendo em uma sociedade que me define ou me restringe, ou se eu iria fazer algo sobre isso. Eu escolhi a última opção, e é por isso que eu me tornei ativista dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e intersexuais”, disse Brown.
Em seu trabalho, ela viu o impacto que a discriminação pode ter no acesso aos serviços de saúde. “Dei assistência à quatro mulheres transgêneros para que compreendessem suas necessidades de saúde. Todas elas me disseram que não tinham ido ao médico por vários anos, porque cada vez que elas iam ver um profissional de saúde, as experiências eram ruins. Então, em vez de ir ao médico quando não se sentiam bem, todas estavam se medicando em casa sem receita médica. Mais tarde, todas essas mulheres foram diagnosticadas com diabetes tipo 2. Seus diagnósticos foram adiados pela discriminação. O mesmo acontece com muitas pessoas que vivem com HIV.”
Apesar do persistente estigma e discriminação que as pessoas transgêneros sofrem, Brown-Acton acredita que a discriminação nos serviços de saúde pode ser superada.”Precisamos remover o viés no pensamento e na tomada de decisões”, disse ela. “Precisamos trabalhar com instituições de saúde e profissionais para que elas possam ouvir e entender as experiências discriminatórias das pessoas transgêneros”.
Brown-Acton enfatizou a importância de incluir treinamentos para #ZeroDiscriminação nos currículos das escolas de medicina, ressaltando que a Rede Transgênero da Ásia-Pacífico desenvolveu o Plano de Ação, um documento abrangente e acessível de referência sobre saúde transgênero.
Brown-Acton acredita que as pessoas que vivenciam discriminação – incluindo pessoas transgêneros, pessoas vivendo com HIV, pessoas com deficiência e comunidades indígenas – devem presentes quando as decisões estão sendo tomadas. “As pessoas transgênero foram excluídas muitas vezes antes. Nós temos sido estratégicos em participar das reuniões, mas ainda há muito trabalho a ser feito. Devemos ser ouvidos, não silenciados ou ignorados.”
Brown-Acton falará no Fórum Social do Conselho dos Direitos Humanos, que será realizado de 2 a 4 de outubro, sobre a promoção e proteção dos direitos humanos no contexto do HIV e outras infecções transmissíveis. Para conhecer mais sobre ela e outros ativistas de direitos humanos, inscreva-se para participar do Fórum Social do Conselho de Direitos Humanos em: https://reg.unog.ch/event/6958/.