Um ano depois do início do surto de vírus zika no Brasil, é lançada nesta quarta-feira (16) a campanha nacional “Mais Direitos, Menos Zika”, que coloca as pessoas no centro da resposta ao vírus, com um enfoque de direitos humanos.
A iniciativa promove o acesso a informações, insumos e serviços de qualidade, visando a diminuir os riscos de infecção e, consequentemente, de microcefalia e outras doenças neurológicas associadas ao zika.
A campanha é uma iniciativa do Fundo de População da ONU (UNFPA), em parceria com Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), ONU Mulheres, Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE), além de entidades da sociedade civil. A ação também recebeu apoio do DFID/Governo Britânico, Governo do Japão e da organização Canadem.
A cerimônia de lançamento ocorrerá nesta quarta-feira em Porto Alegre com apresentação do grupo de funk Dream Team do Passinho. Em julho, os músicos associaram-se ao UNFPA e criaram a música “Mais Direitos, Menos Zika”, que alerta para o risco de transmissão do vírus pela via sexual e para a necessidade de se usar camisinha mesmo durante a gravidez, além de se evitar as picadas de mosquito.
O lançamento da campanha acontece no âmbito do 1º Simpósio Internacional de Saúde da População Negra, que ocorre até quinta-feira (17), em Porto Alegre, com o objetivo de fortalecer a implementação da Política Nacional de Saúde da População Negra, além de ampliar a discussão internacionalmente.
A epidemia de zika tem afetado grande número de mulheres afrodescendentes que vivem ou trabalham em municípios e territórios com maior vulnerabilidade socioambiental e infraestrutura precária.
A campanha
A campanha “Mais Direitos, Menos Zika” reúne parceiros estratégicos para uma resposta consolidada no combate ao zika em todo o país. Oferece uma variedade de materiais informativos, incluindo folhetos, cartazes, vídeos, spots de rádio e postagens para mídias sociais, entre outros, com mensagens direcionadas a vários perfis de público — mulheres em idade reprodutiva (15 a 49 anos) grávidas e não grávidas, adolescentes, homens adultos e jovens — e trata das principais questões relacionadas ao vírus e seus desdobramentos.
O conceito da campanha está baseado na premissa de que o direito das mulheres e famílias em decidir livremente sobre a sua vida reprodutiva é um direito humano fundamental, mesmo no contexto da epidemia de zika. Isso significa que as mulheres que não estão grávidas e desejam adiar a gravidez neste momento devem ter as informações e os meios para fazê-lo, assim como as mulheres que estão grávidas ou desejam engravidar devem ter as informações e o apoio necessário para prevenir uma possível infecção por zika e suas consequências, inclusive por transmissão sexual.
Os homens, por sua vez, são estimulados à corresponsabilização em evitar a gravidez não planejada e participar ativamente do cuidado dos filhos, sobretudo nos casos em que há diagnóstico de malformações congênitas, como microcefalia.
Os materiais foram desenvolvidos a partir da experiência junto à população e do contato com suas necessidades, resultado do trabalhado realizado ao longo do ano pelo UNFPA em parceria com organizações da sociedade civil, centros de ensino e pesquisa, e instituições governamentais de saúde e de políticas para as mulheres em algumas das áreas mais afetadas pela epidemia, especialmente em Recife (PE) e Salvador (BA).
Os materiais estão também disponíveis no site da campanha, em www.maisdireitosmenoszika.org
Serviço:
Lançamento oficial da campanha “Mais Direitos, Menos Zika”
Quando: 16 de novembro, às 18h
Onde: Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS): Avenida Paulo Gama, 110, Campus Central, bairro Farroupilha; e no Kilombo do SUS, estrutura que será montada próximo ao Espelho d’Água do Parque Farroupilha (Redenção).
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Foto de capa: Bebês que nascem com microcefalia requerem atendimento específico e continuado. Foto: UNICEF/BRZ/Ueslei Marcelino
Fonte: ONU Brasil