Como parte das comemorações do Mês do Orgulho LGBTI+ em Brasília, representações diplomáticas e organismos internacionais irão realizar, de 20 a 26 de junho, o 1º Festival Internacional de Cinema LGBTI+, no Cine Brasília, com entrada franca.
A mostra exibirá sete curtas e nove longas de diversos países e tem por objetivo promover a reflexão não apenas sobre diferentes formas de discriminação e violação dos Direitos Humanos, mas também sobre a importância do respeito a lésbicas, gays, bissexuais, pessoas trans e intersexuais e de sua inclusão como protagonistas na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
O Festival acontece na semana da 19ª Parada do Orgulho LGBTI+ (26/6) de Brasília. O evento é realizado pelas Embaixadas da Bélgica, Canadá, Países Baixos, Dinamarca, Estados Unidos e Noruega, e conta com o apoio das Embaixadas da Suécia, França, Reino Unido, bem como da Parada do Orgulho LGBTI de Brasília e da Organização das Nações Unidas no Brasil – por meio de suas iniciativas #ZeroDiscriminação e Livres & Iguais, voltadas para Direitos Humanos e Direitos LGBTI+.
O mês de junho é celebrado internacionalmente como o Mês do Orgulho LGBTI+. Paradas, festas, simpósios, shows e eventos culturais ao redor do mundo prestam homenagem aos protestos de Stonewall, quando ativistas e membros da comunidade LGBTI+ enfrentaram as forças policiais de Nova York, em 1969, pelo fim da discriminação com base em orientação sexual e em identidade de gênero e pela defesa dos direitos dessa população.
Desde então, as comemorações representam não apenas um reconhecimento da importância que as pessoas lésbicas, gays, bissexuais, trans e intersexuais têm em nossa sociedade, mas também um posicionamento em resposta à discriminação e pelo fim da violência contra as pessoas LGBTI+. Esses eventos celebram a promoção da autoestima, da dignidade, da diversidade, dos direitos e da visibilidade.
As estatísticas do preconceito e da discriminação
O mês do Orgulho LGBTI+ também é marcado por memoriais e homenagens aos membros da comunidade que morreram em decorrência de crimes de ódio ou de complicações relacionadas à AIDS. Ao redor do mundo, 74 países ainda criminalizam a homossexualidade. Em pelo menos 5 deles, é prevista a pena de morte para relações consensuais entre adultos do mesmo sexo. Estimativas da Transgender Europe revelam que 100 assassinatos de pessoas trans e gênero-diversas foram reportados nos primeiros quatro meses de 2016 – o número mais alto já registrado nesse período desde o início do acompanhamento, em 2008.
A maioria dos assassinatos de pessoas LGBTI+, e especialmente de pessoas trans, acontece na América Latina. Das 1.654 mortes reportadas entre janeiro de 2008 e abril de 2016, o Brasil lidera o ranking com mais de metade das ocorrências. Entre todas as seis regiões do mundo, os maiores números absolutos foram encontrados em países onde os movimentos trans são fortes e onde as organizações da sociedade civil desenvolvem formas mais precisas de acompanhamento: Brasil (845), México (247), Colômbia (108), Venezuela (104) e Honduras (80) na América Central e do Sul; Estados Unidos (141) na América do Norte; Turquia (43) e Itália (34) na Europa; e na Índia (55) , Filipinas (40) e Paquistão ( 35) na Ásia.
Festival Internacional de Cinema LGBTI+
O Festival Internacional de Cinema LGBTI+ acontecerá entre os dias 20 e 26 de junho no Cine Brasília, como parte das comemorações da 20ª Parada do Orgulho LGBTI+ da capital federal. Com entrada franca ao público, o Festival conta com documentários e filmes, combinando exibições de curtas e longa-metragens em cada sessão, com foco nas diferentes perspectivas da temática LGBTI+.
“Mais uma vez o Cine Brasília se associa às forças mais liberais e progresistas da sociedade e promove, em parceiria com Embaixadas e organismos internacionais o 1º Festival Internacional LGBTI+, trazendo nove longas e sete curtas. Será preciso ainda argumentar sobre a importância de se discutir essa temática nos dias de hoje? Bem, é só abrir a janela ou ler os jornais para ver os casos de preconceito, homofobia, sexismo e todo tipo de intolerância, muitas delas violentas, às diferenças de identidade de gênero ou qualquer tipo de orientação diferente da norma histórica e culturalmente estabelecida no mundo”, diz Sérgio Moriconi, programador do Cine Brasília e um dos curadores do Festival. “Numa época multifacetada como a nossa, onde povos, crenças, costumes e paradigmas se interpõem e se transformam numa vertigem perpétua, a diferença em contínuo movimento é que deve ser o principal valor de troca.”
“Através de nossos diálogos com outros países, a nossa ação no âmbito da União Europeia e dos organismos internacionais, bem como através do apoio prestado à sociedade civil, a Bélgica continuará a propor medidas que visam a descriminalização universal da homossexualidade e da transexualidade”, afirma o Embaixador da Bélgica Josef Smetz. “A iniciativa belga de coordenar esforços na organização do Festival Internacional de Cinema LGBTI+ em Brasília se encaixa inteiramente no âmbito de nosso mandato no Conselho de Direitos Humanos, que vai de 2016 até 2018, e de nosso papel como membro do Grupo SOGI (Orientação Sexual e Identidade de Gênero), em Genebra.
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