O documentário ‘Meu Nome é Jacque’ foi exibido nesta segunda-feira (25/4) na Casa da ONU em Brasília para funcionários das Nações Unidas e convidados.
Lançado dia 15/4 no Rio de Janeiro, o filme retrata a trajetória de Jacqueline Côrtes, mulher transexual e soropositiva que também já atuou como funcionária no Brasil do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS).
“Estou muito orgulhoso de te ver contando sua história para todo o mundo (…) Você é uma verdadeira defensora dos direitos humanos e dos direitos daqueles que têm sido deixados para trás”, escreveu o Diretor-Executivo do UNAIDS, Michel Sidibé, em uma carta entregue a ela pela Diretora do UNAIDS no Brasil, Georgiana Braga-Orillard. “Parabéns pelo reconhecimento e pelo lindo documentário (…) Você encarna o tipo de pessoa corajosa que todos nós nos esforçamos para ser”, conclui Sidibé em outro trecho.
“Ser trans no Brasil é mais do que a busca pelo reconhecimento de sua identidade de gênero. É a busca pela sobrevivência, pela vida digna, pelo pleno usufruto da cidadania. A empatia é um dos primeiros passos para permitir que essa transformação seja possível”, disse Niky Fabiancic, Coordenador Residente do Sistema ONU no Brasil. “E por isso, precisamos de pessoas que possam nos contar suas histórias, que possam nos inspirar com relatos de bravura e superação.”
Durante sua carreira, Jacque – como é conhecida pelos mais próximos – já foi, entre outras coisas, professora de inglês, ativista de ONG e funcionária do Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais (DDAHV) do Ministério da Saúde e do escritório do UNAIDS no Brasil. Hoje, aos 56 anos, ela fala com orgulho do exercício da maternidade. “Agora que sou mãe, minha meta é ser avó. Ainda vou ser avó”, disse Jacque minutos antes da exibição do filme, arrancando sorrisos da plateia ao falar da adoção dos filhos, Gilson e Luara, ao lado do marido Vitor.
O filme de Angela Zoé, que teve apoio institucional de UNAIDS, ONU Mulheres e DDAHV, retrata o longo caminho percorrido por Jacque rumo à sua identificação como mulher transexual e à descoberta, em 1994, de que vivia com HIV. “A partir do momento que uma pessoa como você, vivendo com AIDS, com a transexualidade, está no Governo, em uma área de cooperação internacional, só a sua presença em uma reunião, por exemplo, já é uma quebra de paradigma”, conta Jacque em um trecho do documentário.
Em entrevista ao @UNAIDSBrasil, Jacque conta como foi reviver os principais momentos de sua trajetória durante a elaboração do documentário.
Foto de destaque da esquerda para direita: Angela Zoe, diretora do documentário; Daniel Souza; Gary Stahl, Representante do UNICEF Brasil; Niky Fabiancic, Coordenador-residente da ONU Brasil; Jacqueline Côrtes; Nadine Gasman, Representante da ONU Mulheres Brasil; Georgiana Braga-Orillard, Diretora do UNAIDS Brasil; e Jaime Nadal, Representante do UNFPA Brasil. Foto: Mariana Fernandes/UNAIDS Brasil