Cidade de Santiago assina Declaração de Paris

A prefeita de Santiago, no Chile, Carolina Tohá Morales, comprometeu-se em acelerar a resposta à epidemia de HIV na capital chilena nos próximos cinco anos. Ao assinar a Declaração de Paris, a cidade de Santiago demonstra o compromisso em implementar a Estratégia de Aceleração da Resposta para o fim do HIV nas cidades.

A prefeita assumiu este compromisso durante uma reunião com Michel Sidibé, Diretor Executivo do UNAIDS, que esteve em visita ao Chile entre os dias 7 e 9 de setembro. O objetivo da Aceleração da Resposta nas Cidades é alcançar o fim da epidemia do HIV como ameaça à saúde pública até 2030 e eliminar a discriminação.

Fotos: Mara Daruich

Representantes do UNAIDS e da prefeitura de Santiago celebram a assinatura da Declaração de Paris.

A prefeita confirmou seu comprometimento com Aceleração da Resposta ao HIV em Santiago garantindo que ninguém será deixado para trás, como prevê o compromisso, graças a um esforço da prefeitura de imprimir um enfoque intercultural, incluindo também as populações migrantes.

Santiago é a maior cidade do Chile, com mais de 5 milhões de habitantes. Assim como em outros países, os jovens estão se deslocando de cidades pequenas em direção à capital chilena. Estima-se que 37% das pessoas que vivem com HIV no país sejam jovens e que a maior prevalência do vírus se encontre na faixa etária dos 20 aos 29 anos de idade.

“Estamos cientes da seriedade do compromisso assumido hoje e estamos dispostos a intensificar o ritmo de trabalho nos nossos municípios. Teremos de trabalhar coordenadamente em várias frentes, como a prevenção, a educação e a zero discriminação, e em conjunto com os diversos grupos das populações mais vulneráveis, concentrados na cidade, incluindo jovens.” – Carolina Tohá

O acesso às medidas de prevenção do HIV é uma das prioridades da cidade, em coordenação com o Ministério da Saúde do país, que está desenvolvendo vários programas na área.

Cada centro de saúde da cidade de Santiago conta com a ajuda de um agente de HIV que administra os testes para o vírus a todos que solicitem a testagem. As pessoas que recebem o resultado positivo são transferidas ao Hospital San Borja Arriarán, onde são registradas em um sistema que garante a atenção e o tratamento adequado para um determinado número de infeções e doenças, incluindo o HIV.

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A prefeita da cidade de Santiago, Carolina Tohá, e o Diretor Executivo do UNAIDS, Michel Sidibé, com a Declaração de Paris assinada.

Devido à alta prevalência entre jovens, o município conta também com dois programas de direitos sexuais e reprodutivos com foco na juventude.

Os dois programas implementados são: o Programa Integral em Sexualidade (Programa Sexualidade Integral), que está sendo implementado em nove centros de ensino e em um Programa de Espaços Amigáveis, onde os adolescentes podem receber assistência gratuita e confidencial sobre saúde e sexualidade.

Michel Sidibé agradeceu à prefeita por aderir à Declaração de Paris e reconheceu seu compromisso com as pessoas que estão sendo deixadas para trás na resposta ao HIV. Apontou a importância de continuar com o compromisso com as necessidades das comunidades mais vulneráveis e frágeis e de garantir que tenham acesso aos produtos básicos.

Se não implementarmos a Aceleração da Resposta durante os próximos 5 anos, sofreremos um retorno da epidemia do HIV. Os estudos demostram que os grupos da população que têm sido esquecidos até o momento pelos nossos esforços estão concentrados majoritariamente nas cidades. É para mim uma grande honra estar com vocês hoje, enquanto você assina a Declaração. A sua liderança e a da cidade de Santiago serão imprescindíveis para a transformação da resposta no futuro.” – Michel Sidibé

Também fez referência à importância de trabalhar com a juventude. A garantia do fácil acesso à informação de qualidade sobre o HIV e aos serviços de saúde é um elemento fundamental para a prevenção da infeção do HIV entre os jovens. Além disso, ele parabenizou os programas dirigidos aos jovens e destacou que não podemos cair na complacência.

Na América Latina, uma grande parte de pessoas que vivem com HIV mora em áreas urbanas e, na maioria dos casos, em zonas específicas de cidades e vilarejos. As cidades tendem a ser o lar de um grande número de pessoas pertencentes às populações-chave, que são desproporcionalmente mais vulneráveis ao vírus. Estas pessoas, geralmente, afastam-se ou privam-se do acesso aos serviços básicos de prevenção e tratamento do HIV por obstáculos impostos pelo preconceito e pela discriminação.

Fotos: Mara Daruich

Carolina Tohá e Michel Sidibé

Acabar com a epidemia na região requer a garantia dos recursos, dos serviços e do apoio para que a prevenção e o tratamento do HIV cheguem até essas populações, sem deixar ninguém para trás. Assim, acelerar a resposta ao HIV nas cidades é fundamental para parar e reverter a epidemia na América Latina.

A Declaração de Paris inclui compromissos para alcançar a ambiciosa meta 90-90-90 em 2020, a qual prevê que: 90% de todas as pessoas vivendo com HIV saibam que têm o vírus; 90% das pessoas diagnosticadas com HIV recebam terapia antirretroviral; e 90% das pessoas recebendo tratamento possuam carga viral indetectável e não mais possam transmitir o vírus.

O acordo foi assinado pela primeira vez em Paris, no Dia Mundial de Luta contra a AIDS, em 2014, pela prefeita de Paris, Anne Hidalgo, e 25 dos seus homólogos de cidades de todo o mundo, incluindo as cidades brasileiras de Curitiba e Salvador.

 

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