Desde meados de abril, as pessoas em tratamento para o HIV podem se beneficiar de uma expansão na distribuição da dose tripla combinada – Tenofovir (300 mg), Lamivudina (300 mg) e Efavirenz (600 mg) – no Sistema Único de Saúde (SUS). Até então, a combinação conhecida como 3 em 1 estava disponível apenas para as pessoas que iniciavam o tratamento.
Com a medida adotada pelo Ministério da Saúde, o país se adequa às recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo as “Diretrizes consolidadas no uso de medicamentos antirretrovirais para tratar e prevenir infecções de HIV” de 2013 da OMS, essa combinação de medicamentos em uma só pílula é a forma mais adequada de se iniciar o tratamento para a maioria dos pacientes adultos diagnosticados com HIV, por ser mais simples, apresentar menos efeitos colaterais graves e ter uma melhor resposta ao tratamento.
Antes da adoção do 3 em 1, no Brasil os três medicamentos eram distribuídos separadamente. Para implantar o novo protocolo, o Ministério da Saúde investiu R$ 80 milhões na aquisição de 90 milhões de comprimidos, que irão beneficiar mais de 100 mil pacientes com HIV. O estoque inicial é suficiente para atender todos os pacientes em tratamento durante 12 meses.
O uso do 3 em 1 foi adotado no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas de Tratamento de Adultos com HIV e AIDS, lançado no final de 2013 pelo Ministério da Saúde como tratamento inicial para os pacientes soropositivos. A mudança teve início em agosto de 2014, quando os novos pacientes dos estados do Rio Grande do Sul e Amazonas – áreas prioritárias do Ministério da Saúde para amplificar a resposta à epidemia, passaram a receber a dose tripla combinada. Desde então, cerca de 11 mil pacientes já foram incluídos nos dois estados.
“A nova dose combinada representa um avanço importante na melhoria do acesso ao tratamento de AIDS no país, pois permite uma melhor adesão ao tratamento de pessoas que vivem com HIV e AIDS”, explica o Diretor do Departamento de DST/AIDS e Hepatites Virais (DDAHV) do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita. “Além de ser de fácil ingestão, o novo medicamento tem como grande vantagem a boa tolerância pelo paciente, já que significa a redução da atual dose, de quatro comprimidos, para um apenas”, completa, destacando que o tratamento consistia em dois comprimidos de Lamivudina, um de Efavirenz e um de Tenofovir ao dia.
“A adoção da dose tripla combinada em um comprimido por dia facilita em muito a adesão das pessoas que vivem com HIV ao tratamento – o que é essencial para se obter uma carga viral indetectável e, com isto, melhorar a qualidade de vida e diminuir consideravelmente a possibilidade dela transmitir o HIV a outras pessoas,” disse Georgiana Braga-Orillard, Diretora do UNAIDS no Brasil.
O tratamento em números
Dados do Ministério da Saúde mostram que, entre 2005 e 2013, o total de brasileiros com acesso ao tratamento mais que dobrou, alcançando hoje cerca 400 mil pessoas que vivem com HIV. Atualmente, o SUS oferece gratuitamente 22 medicamentos para os pacientes soropositivos. Desse total, 12 são produzidos no Brasil, segundo informações publicadas no Blog da Saúde.
A rede de assistência conta hoje com 518 Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), 712 Serviços de Assistência Especializada (SAE) e 724 Unidades de Distribuição de Medicamentos (UDM). Além disso, gradualmente, as Unidades Básicas de Saúde e o Programa Saúde da Família estão sendo incorporados na atenção aos pacientes vivendo com HIV.
Com informações do Portal da Saúde.