Os ministros da saúde de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (BRICS) comprometeram-se a adotar a estratégia do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) de Aceleração da Resposta ao HIV e fazer com que a epidemia de deixe de ser uma ameaça à saúde mundial até 2030. A decisão foi anunciada após reunião realizada em Brasília, entre os dias 4 e 5 de dezembro.
Os ministros concordaram em empenhar esforços para alcançar a meta 90-90-90 de tratamento até 2020, que prevê que: 90% de todas as pessoas vivendo com HIV saibam que têm o vírus; 90% das pessoas diagnosticadas com HIV recebam terapia antirretroviral; e 90% das pessoas recebendo tratamento possuam carga viral indetectável e não mais possam transmitir o vírus. Este compromisso levará a uma rápida redução da incidência de novas infecções por HIV e mortes relacionadas à AIDS, colocando os países em linha com a Aceleração da Resposta para o fim da epidemia em 2030.
Eles se comprometeram a adotar estas metas ambiciosas também para a tuberculose e a buscar avanços em cooperação e ações voltadas para a tuberculose e o HIV nos países do BRICS, como a produção de medicamentos de qualidade e diagnósticos para os casos de tuberculose.
Em 2013, os países do BRICS representaram cerca de 30% das novas infecções pelo HIV em todo o mundo. Estima-se que quase metade de todos os casos de tuberculose (TB), 55% dos casos de TB multirresistente e 38% de todos os casos TB/HIV ocorrem nos países do bloco.
A adoção da estratégia de Aceleração da Resposta pelos ministros da saúde demonstra o compromisso político renovado dos países do BRICS com a realização de um trabalho conjunto em busca da diminuição do impacto da coinfecção por TB/HIV.
De acordo com o UNAIDS, em um futuro próximo, a maioria das pessoas vivendo com HIV estarão em países de renda média. Neste sentido, os países do bloco podem servir de referência ao fornecer soluções e troca de experiências com outras economias emergentes.
O Diretor Executivo Adjunto do UNAIDS, Luiz Loures, reivindicou um maior protagonismo dos países do BRICS para motivar a comunidade internacional na implementação das metas de tratamento 90-90-90 e na adesão à Estratégia de Aceleração da Resposta ao HIV.
“Nós estamos felizes de perceber que os países do BRICS estão aprofundando as discussões e avançando em ações colaborativas que levam em conta o problema da tuberculose e do HIV dentro do bloco e além”, afirmou Loures.
Para o Ministro da Saúde do Brasil, Arthur Chioro, o documento reflete a preocupação dos cinco países com a saúde global. “A possibilidade de garantirmos o fornecimento gratuito de medicamentos de primeira linha contra a tuberculose é um marco, e demonstra nosso compromisso, o fomento ao desenvolvimento tecnológico e respaldo às iniciativas multilaterais de saúde”, disse o brasileiro.