A iniciativa Fast-Track Cities é uma parceria global entre cidades e quatro parceiros principais – o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), a Associação Internacional de Provedores de Cuidados com a AIDS (IAPAC), a Organização das Nações Unidas Programa de Assentamentos Humanos (UN-Habitat) e a Cidade de Paris, com o objetivo de acelerar e fortalecer as respostas locais para o alcance do fim da epidemia de HIV/AIDS até 2030.
Declarações de Paris e Sevilla
As cidades ingressam à rede de Fast-Track ao assinar a Declaração de Paris, um compromisso jurídico-político, lançado em 2014 pelo UNAIDS que, em linhas gerais, pactua a meta 95-95-95 para prevenção e tratamento e prevê o suporte e integração entre os serviços de HIV, Tuberculose e Hepatites Virais, além de respostas às situações de estigma e discriminação.
Países com cidades Fast-Track (Divididos por Área Geográfica)
*No Brasil, além das 42 cidades, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP), os estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e o Distrito Federal também assinaram o documento e integram a rede global de cidades Fast-Track.
A Declaração de Paris foi assinada, até o momento, por prefeitos de mais de 400 cidades do mundo.
Mapa dos países que possuem Cidades Fast-Track
Em complemento à Declaração de Paris, lançada em 2022 pela IAPAC, a Declaração de Sevilha é sobre a Centralidade das Comunidades em Respostas Urbanas ao HIV e coloca as comunidades afetadas no centro das respostas ao HIV/AIDS.
As declarações de Paris e Sevilla podem ser conferidas respectivamente aqui e aqui.
Fast-Track Cities no Brasil
No Brasil, 42 cidades, três estados, o Distrito Federal e a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) já assinaram o documento e integram a rede global de cidades Fast-Track.
A iniciativa no Brasil envolve cidades signatárias consideradas prioritárias diante do cenário epidemiológico. Entre as ações promovidas nas cidades pelo UNAIDS Brasil, destacam-se:
Diálogos Fast-Track Cities: série de seminários realizados em 2021 com participação do Ministério da Saúde, gestões municipais de saúde, sociedade civil e parlamentares, para discutir ações baseadas em evidências científicas para acelerar as respostas locais à epidemia de HIV/AIDS;
Edital Fast-Track Cities: lançado em 2022 financiou a implementação de ações pelas Organizações da Sociedade Civil (OSC), com foco em prevenção para jovens, na estratégia indetectável igual intransmissível (I=I), em eliminação da transmissão vertical do HIV e da sífilis, entre outras ações;
Suporte técnico local: reuniões técnicas com gestores, sociedade civil, entre outros atores, para promover os objetivos da iniciativa Fast-Track Cities e da Declaração de Paris e de Sevilha;
Cooperação internacional: suporte técnico à integração de ações entre cidades Fast-Track lusófonas.
Estados brasileiros que possuem cidades Fast-Track
Metas Fast-Track Cities
Estabelece, entre outros pontos, o compromisso com a redução das desigualdades que incrementam a vulnerabilidade ao HIV/AIDS, bem como o alcance da meta global 95-95-95 para atingir o fim da epidemia como ameaça à saúde pública até o ano de 2030.
A meta 95-95-95 define que:
A iniciativa prevê a mobilização local de múltiplos atores como sociedade civil, gestão pública, legisladores para uma integração de esforços para acabar com a epidemia de HIV/AIDS.
Baseada no princípio da transparência de dados, um site global que permite que as cidades relatem seu progresso em relação à iniciativa e outras metas.
Mídias Fast-Track Cities
Durante o ano de 2022, o UNAIDS participou de várias atividades em diversos locais do Brasil apoiando e implementando ações Fast-Track Cities.
As estados com ações implementadas pelo UNAIDS foram definidas via Edital lançado em março de 2022, que selecionou cinco projetos desenvolvidos por Organizações da Sociedade Civil (OSC) que atuam na resposta ao HIV em 15 cidades Fast-Track, selecionadas pelo UNAIDS, com base nos dados do Boletim Epidemiológico HIV/AIDS 2021 do Ministério da Saúde.
Abaixo, algumas mídias geradas a partir das ações deste Edital.
Em Fortaleza, um grupo de ativistas juntou-se em 1988, para criar a Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS no Ceará(RNP+ CE), a fim de garantir que pessoas vivendo com HIV na capital cearense pudessem ter garantidos o direito ao acolhimento, à adesão ao tratamento e ao atendimento jurídico.
No âmbito do projeto “Diálogos Posithivos sobre Adesão e Tratamento” foram realizadas oficinas para a criação de uma campanha de comunicação implementada por 10 ativistas vivendo com HIV e um seminário que contou com a participação de 120 pessoas da sociedade civil. A partir da visão de pessoas usuárias dos serviços de saúde de Fortaleza, pode-se apresentar à gestão municipal possíveis melhorias no atendimento para pessoas que vivem com HIV, além de debater sobre a importância e desafios locais para uma boa adesão ao tratamento para evitar o abandono.
“Ainda estamos longe de atingir um nível ideal em que haja menor necessidade de reforçar estas ações [sobre HIV], mas estamos avançando nesta direção por meio de ações constantes e bem estruturadas”, diz Carlos Paiva, coordenador de IST/AIDS da Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza.
A ONG Casa Fonte Colombo desenvolveu o projeto “Mãe Acompanhada, bebê protegido”, contemplado pelo edital Fast-Track Cities. O projeto se desenvolveu em Porto Alegre e Viamão, no Rio Grande do Sul, cidades que apresentam índices mais altos de transmissão vertical que a média nacional.
80 gestantes, entre mulheres vivendo e não vivendo com HIV, receberam acompanhamento de pré-natal e foram vinculadas aos serviços de saúde pela Fonte Colombo, em parceria com voluntários da sociedade civil nas comunidades (“linkadores”) e gestão municipal de saúde de Porto Alegre e Viamão.
Nenhuma gestante acompanhada durante o pré-natal testou positivo para HIV e nenhuma criança testou positivo para HIV no pós-natal.
Como forma de incentivar o acompanhamento pela organização, no oitavo mês de gestação, a OSC doou um enxoval de bebê (banheira, roupas, toalha, cobertor, travesseiro, fraldas, mamadeira) para cada gestante acompanhada.
“Porto Alegre apresenta, historicamente, um cenário epidemiológico impactante em relação à transmissão vertical de HIV e sífilis. Projetos como o desenvolvido pela Casa Fonte Colombo são importantes para a melhoria deste cenário”, destaca Denise Pedroso, médica ginecologista e obstetra responsável pelo eixo da prevenção da transmissão vertical na Coordenação de atenção a Tuberculose, IST/HIV e hepatites virais (CAIST) da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre.
O projeto #BoraPrevenir se relaciona com a ODS nº 3 da Agenda 2030 que tem como objetivo a promoção da saúde física, mental e o bem estar, com o intuito de aumentar a expectativa de vida para todas as pessoas, assim como a cobertura universal de acesso a cuidados para promoção de qualidade de vida.
O objetivo do projeto foi a criação de mecanismos e ferramentas que aproximassem a populações-chaves e prioritárias para a realização da PrEP e PEP, o fortalecimento de lideranças comunitárias de Belém para a disseminação de informações sobre prevenção combinada.
Abaixo, alguns eventos e reuniões relacionados ao projeto “#Boraprevenir”.
Florianópolis (SC)
Rio de Janeiro (RJ)
O Grupo Pela Valorização, Integração e Dignidade do Doente de AIDS (Pela Vidda) teve o projeto “Viva Voz da Prevenção Combinada” contemplado pelo Edital Fast-Track Cities.
O projeto promoveu atividades focadas no âmbito de prevenção de ISTs, HIV/AIDS , a fim de difundir o conceito de Prevenção Combinada nos territórios que compõem as 10 áreas programáticas da cidade do Rio de Janeiro.
Abaixo, alguns eventos e reuniões relacionados ao projeto “Viva Voz da Prevenção Combinada”.
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