A publicação “Parques para Todas e Todos – Sugestões para a implantação de parques urbanos com perspectiva de gênero” foi lançada na quinta-feira (21) pelo Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) e pelo Instituto Semeia. O material teve o apoio da ONU Mulheres e do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), e é uma ferramenta para inspirar a construção de espaços mais diversos a partir da inserção da perspectiva de gênero em parques urbanos em sua implantação ou gestão. Nela podem ser encontradas diretrizes, sugestões e ideias para começar a pensar em parques que considerem as necessidades de todas e todos.
O material estará disponível gratuitamente no site do Instituto Semeia (https://bit.ly/3g7Tl2W). A apresentação de lançamento também pode ser assistida pelo canal do Semeia no YouTube (http://bit.ly/2WQGGtK).
“No UNOPS, partimos do pressuposto de que, para criar uma infraestrutura, é preciso olhar para as necessidades de cada tipo de pessoa que vai utilizá-la. Assim, essa publicação vem para facilitar o trabalho de governos locais ao olhar para os públicos de parques de maneira inclusiva”, explica a representante do UNOPS no Brasil, Claudia Valenzuela.
Fernando Pieroni, diretor-presidente do Instituto Semeia, ressalta que “ao aportar maior flexibilidade gerencial, as parcerias com a iniciativa privada podem ser importantes instrumentos para apoiar os governos na implementação de políticas públicas voltadas à inclusão e diversidade, como, por exemplo, melhoria da segurança ou campanhas de conscientização”.
“Temos orgulho de fazer parte deste esforço liderado pelo UNOPS com outros parceiros para inclusão da perspectiva de gênero em parques urbanos. O UNAIDS defende que todas as pessoas devem ter direito a uma vida com dignidade e com zero discriminação, e isso com certeza passa também pela utilização dos espaços públicos”, explica o diretor interino do UNAIDS Brasil, Cleiton Euzebio de Lima.
Para a representante da ONU Mulheres Brasil, Anastasia Divinskaya, “o espaço urbano, como parques, determina como a vida das pessoas e das comunidades é organizada”.
“Como tal, reflete e reproduz a raça, gênero, deficiência e muitos outras identidades com as quais crescemos e coexistimos”, assim como as desigualdades, salienta. Divinskaya lembra que as mulheres se deparam com problemas de acesso aos parques.
“Falta de iluminação, falta de banheiros públicos para mulheres e população LGBTI+, calçadas em más condições – difíceis de manobrar com um carrinho de bebê ou cadeira de rodas, por exemplo”, explica.
A representante da ONU Mulheres Brasil assinala que “em todo o mundo, as mulheres ocupam apenas 10% dos empregos nas principais empresas de arquitetura e escritórios de planejamento urbano. Além disso, mulheres de diversos grupos populacionais raramente são convidadas a participar dos processos de planejamento e planejamento da comunidade”.
Divinskaya reitera a importância da publicação no contexto da gestão e implantação de parques, uma vez que esses espaços são importantes aliados na promoção da igualdade. “O projeto de parques inclusivos, como parte do planejamento urbano, é importante para diminuir as diferenças de gênero, pois molda o ambiente ao nosso redor como vivemos, trabalhamos, brincamos, nos movemos e descansamos”, conclui.