“Não é porque algo é difícil de avaliar que isso se torna impossível”, disse Anna Downie, que lidera a área de informações estratégicas da Frontline AIDS. Refletindo sobre o desafio de avaliar o advocacy, criar coalizões, gerar novas parcerias e aprimorar a capacidade das comunidades, ela acrescentou: “Para ter sucesso, é essencial dar espaço para inovação, ouvir as comunidades sobre o que é importante para elas e envolvê-las desde o início para que todos estejam procurando os mesmos resultados e a avaliação seja verdadeiramente útil.”
Downie foi uma de vários especialistas que se reuniram na sede do UNAIDS em 29 de março, em Genebra, Suíça, para a primeira consulta do UNAIDS sobre avaliação. Com o objetivo de fazer esclarecimentos sobre a nova política de avaliação do UNAIDS, que será apresentada na reunião da Junta de Coordenação do Programa do UNAIDS (PCB) em junho, os participantes compartilharam lições aprendidas na prática.
“Gerar avaliações independentes, confiáveis e úteis é a base do nosso trabalho”, disse Susanne Frueh, presidente do Grupo de Avaliação das Nações Unidas e presidente da consulta.
O papel central dos países no apoio à função de verificação forte e independente do UNAIDS foi destacado. Foram mencionadas também a necessidade de financiamento para avaliação, a independência da função de verificação e a transparência na nomeação do chefe de função. A credibilidade e perícia dos funcionários do escritório de avaliação, o estabelecimento de um comitê consultivo independente e a necessidade de proteger o cargo de políticas também foram pontuados.
Michel Sidibé, Diretor Executivo do UNAIDS, destacou a importância da função de verificação. “Não poderemos transformar ou sustentar nossos ganhos na resposta à AIDS se não tivermos o aprendizado claro do que estamos fazendo. Não seremos capazes de acelerar o ritmo de ação e ajudar os países a aumentar a escala se não formos capazes de compartilhar nosso trabalho e as lições aprendidas”, disse ele.
Os participantes concordaram que é essencial, além de assegurar um forte elemento de gênero e equidade nas avaliações, também medir o que funciona e identificar resultados nas áreas de gênero e direitos humanos, que são essenciais para a resposta à AIDS. A triangulação de dados sobre direitos humanos com a sociedade civil é uma boa maneira de garantir que a avaliação forneça um quadro completo. A importância de avaliar o apoio fornecido pelo UNAIDS quando os principais doadores saem dos países também foi destacada.
No médio a longo prazo, os participantes destacaram a necessidade de capacitar jovens avaliadores e considerar trabalhar com o crescente número de empresas de verificação do Sul global.
A política de avaliação do UNAIDS receberá uma rodada final de comentários das partes interessadas em breve. Em seguida, passará por uma revisão por pares do Grupo de Avaliação das Nações Unidas antes de ser apresentado ao PCB do UNAIDS para aprovação.