O impulso pela Cobertura Universal de Saúde (UHC na sigla em inglês para Universal Health Coverage) está em crescimento na África e muitos países africanos já integraram a UHC em suas estratégias nacionais de saúde. Entretanto, com 11 milhões de africanos empurrados para a pobreza extrema a cada ano por conta das despesas com saúde, como a África pode alcançar a Cobertura Universal de Saúde, e oferecer um pacote de serviços de qualidade para a população?
O debate sobre a Cobertura Universal de Saúde aconteceu em Kigali, capital da Ruanda, durante uma das maiores reuniões de saúde da África, a Conferência Internacional sobre a Agenda Africana de Saúde de 2019. Co-patrocinado pelo Ministério da Saúde da Ruanda e pela Fundação Africana de Pesquisa e Medicina (Amref Health Africa em inglês), o evento contou com a presença de 1500 líderes de saúde, que compartilharam novas ideias e soluções locais para os desafios de saúde mais urgentes do continente.
Os participantes discutiram a necessidade de os países adotarem o conceito de Cobertura Universal de Saúde e fazer o máximo para que funcione. Eles enfatizaram que saúde de qualidade permite que as crianças aprendam e os adultos contribuam para as sociedades e a economia. Eles também ressaltaram que a UHC permite que as pessoas saiam da pobreza e forneçam a base para a segurança econômica a longo prazo, essencial para o futuro do continente.
O presidente do país anfitrião, Paul Kagame, recebeu a honra de excelência em reconhecimento a sua liderança política na Cobertura Universal de Saúde. Em um tweet, ele agradeceu à Amref dizendo: “Devemos esse progresso a parceiros como vocês, que uniram forças a nossa jornada para levar uma vida digna e saudável a todos os ruandeses”. O ministro da Saúde da Etiópia também recebeu um prêmio pelo trabalho do país na promoção a atenção primária à saúde.
Garantir que todos tenham acesso aos serviços básicos de saúde é um desafio, e a chave para o sucesso da UHC será garantir que a qualidade dos serviços seja boa o suficiente para melhorar a saúde das pessoas que os acessam.
“Precisamos acompanhar o impacto da Cobertura Universal de Saúde”, disse Michel Sidibé, co-moderador de um painel ministerial de alto nível. “Apenas a Cobertura não é suficiente, precisamos fornecer serviços de qualidade, acessíveis e para todos. A medida final do sucesso da UHC será a de saber se os mais pobres, os marginalizados e os mais vulneráveis estão sendo beneficiados”.
Durante a conferência, Sidibé participou de uma audiência pública com jovens. Ele falou sobre o papel significativo dos jovens no processo da Cobertura Universal de Saúde dizendo que eles precisam ‘reivindicar e assumir seu espaço’. Ele também conversou com grupos da sociedade civil sobre o notável progresso para alcançar as metas de tratamento 90-90-90 do UNAIDS em toda a África, e a necessidade crítica de seu envolvimento contínuo envolvendo o HIV dentro da Cobertura Universal de Saúde.
A primeira Reunião de Alto Nível das Nações Unidas sobre Cobertura Universal de Saúde será realizada em 23 de setembro de 2019 durante a Assembleia Geral das Nações Unidas sob o tema “Cobertura Universal de Saúde: Movendo-se juntos para construir um mundo mais saudável”.