Durante cinco semanas de 2018, equipes de até 10 pessoas analisaram mais de 180.000 registros de pessoas diagnosticadas com HIV que estão recebendo cuidados em cada uma das 120 clínicas e hospitais em Lesoto. O objetivo: contar o número de pessoas vivendo com HIV que estavam em tratamento em junho de 2018.
Durante dias longos e empoeirados, as equipes colavam adesivos verdes—indicando pessoas ativas no tratamento—ou adesivos de outras cores—especificando que uma pessoa havia faltado, sido transferida ou falecido—em quase 80% de todos os prontuários de pacientes no país. Em cada serviço de saúde, as contagens do número de pessoas consideradas ativas no tratamento foram comparadas com as contagens previamente comunicadas ao Ministério da Saúde de Lesoto e outros parceiros, incluindo o Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Alívio da AIDS. Tudo isso para confirmar que os relatórios do país estão corretos.
“Juntamente com nossa equipe, analisamos o status de tratamento de mais de 5 mil pessoas na Clínica Senkatana, em Maseru, Lesoto, um dos centros de tratamento mais antigos e movimentados do país. Após dois dias de revisão dos arquivos em papel, encontramos cerca de 30% mais pessoas em tratamento do que a clínica havia informado ao Ministério da Saúde em junho de 2018”, disse Motselisi Lehloma, Oficial do Ministério da Saúde. No geral, o exercício encontrou uma subnotificação de 3% para todos os 120 serviços visitados.
Desde o início de 2017, o UNAIDS e outros parceiros internacionais têm apoiado mais de 15 países, principalmente na África Subsaariana, na verificação do número de pessoas em tratamento. Este trabalho também oferece suporte aos serviços de saúde para que melhorem a precisão dos dados relatados por meio dos sistemas de informações de saúde, revisando registros de pacientes e processos para coletar, reunir e relatar números de tratamento.
“O exercício de Lesoto em auditar e validar os números de tratamento ressalta seu compromisso em monitorar com precisão o impacto do programa”, disse Kim Marsh, Assessor Sênior de Epidemiologia e Monitoramento do UNAIDS. Graças a esforços como esse e de outros países da região, o UNAIDS e as partes interessadas podem confiar em números de tratamento que permitem monitorar o progresso em direção as metas 90–90–90. Por meio de reuniões com a equipe clínica e relatórios escritos, deficiências pequenas foram abordadas no local e questões sistemáticas maiores foram levadas à atenção do Ministério e dos parceiros de implementação para que tomassem as ações necessárias.
Lesoto tem uma das maiores taxas de prevalência de HIV no mundo. Em 2017, 320 mil pessoas viviam com HIV no país, uma prevalência de 23,8%.