O câncer de colo do útero (ou câncer cervical)—uma doença que pode ser prevenida por meio da vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) e é curável quando detectada precocemente e tratada—é desenvolvido em mais de 500.000 mulheres a cada ano, metade das quais morrem devido à doença. Se os esforços de prevenção, triagem e tratamento do câncer de colo do útero não forem ampliados urgentemente, esse número pode dobrar até 2035.
O câncer de colo do útero é uma doença oportunista entre pessoas vivendo com HIV, já que mulheres vivendo com HIV são mais propensas a desenvolver lesões pré-invasivas que podem, se não forem tratadas, progredir rapidamente para o câncer invasivo—mulheres vivendo com HIV são de quatro a cinco vezes mais mais propensas a desenvolver câncer cervical invasivo. A infecção por HPV aumenta significativamente o risco de transmissão do HIV tanto para homens como para mulheres.
Graças ao tratamento para o HIV, cada vez mais mulheres vivendo com HIV têm vidas longas e saudáveis, mas é necessário que essas mulheres não sucumbam a outras doenças, incluindo o câncer de colo do útero. “Não faz sentido salvar a vida de uma mulher da AIDS, apenas para deixá-la morrer de um câncer tratável ou prevenível,” disse o ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush em outubro de 2015. O Instituto George W. Bush está liderando esforços para erradicar a AIDS e o câncer de colo do útero.
Nove em cada dez mulheres que morrem devido ao câncer de colo do útero vivem em países de baixa e média renda. A resposta ao câncer de colo do útero e ao HIV em conjunto nesses países é vital. Infelizmente, no entanto, a maioria dos países de baixa e média renda com alta prevalência de HIV tem programas limitados para prevenção e controle do câncer de colo do útero.
Há uma conscientização crescente sobre a necessidade de maximizar as sinergias entre a resposta à AIDS e os esforços para prevenir, diagnosticar e tratar o câncer de colo do útero por meio da vacinação, educação, triagem e tratamento do HPV. Da mesma forma, os programas de HIV existentes podem desempenhar um papel estratégico na expansão dos serviços de prevenção do câncer de colo do útero.
Reduzir o número de mortes decorrentes do câncer de colo do útero requer uma abordagem abrangente que inclua:
“Todas as mulheres vivendo com HIV precisam ter acesso a informações sobre o HPV e devem receber acompanhamento e tratamento do câncer de colo do útero, se necessário,” disse Michel Sidibé, Diretor Executivo do UNAIDS.
Em maio de 2018, o Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Alívio da AIDS (PEPFAR), o Instituto George W. Bush e o UNAIDS lançaram um esforço conjunto por meio de uma parceria de US$ 30 milhões para acelerar os esforços em oito países da África Subsaariana e garantir que mulheres e meninas vivendo com HIV sejam uma prioridade nos programas nacionais de prevenção e controle do câncer de colo do útero.
“Graças à generosidade do povo americano, o Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Alívio da AIDS salvou a vida de milhões de mulheres vivendo com HIV em todo o mundo,” disse Deborah Birx, Coordenadora Global de AIDS e Representante Especial dos EUA em Diplomacia para Saúde Global, no lançamento da parceria em maio de 2018. “Precisamos garantir que essas mesmas mulheres—mães, filhas, tias e avós—que estão vivendo com HIV e prosperando não sucumbam ao câncer de colo do útero.”