A 22ª Conferência Internacional de AIDS começou no dia 23 de julho, em Amsterdã, na Holanda. Sob o tema “Quebrando barreiras, construindo pontes”, a conferência chamará a atenção para a necessidade de abordagens baseadas em direitos para alcançar de maneira mais eficaz às populações-chave.
O tema deste ano ecoa uma das mensagens do último relatório do UNAIDS, “Um longo caminho a percorrer” (disponível em inglês)—que as populações-chave não estão sendo sendo levadas em consideração de maneira eficaz na criação de programas para o HIV. Populações-chave e seus parceiros sexuais respondem por 47% das novas infecções pelo HIV no mundo e por 97% das novas infecções pelo HIV na Europa Oriental e Ásia Central, onde um terço das novas infecções pelo HIV estão entre as pessoas que usam drogas injetáveis.
A Conferência Internacional de AIDS, de 23 a 27 de julho, é a maior conferência do mundo envolvendo questões globais de saúde e proporciona fóruns incomparáveis para a intersecção entre os eixos da ciência, do ativismo e dos direitos humanos. Reunindo mais de 15 mil participantes, a conferência é uma oportunidade de fortalecer políticas e programas que garantam uma resposta bem informada à epidemia.
A conferência foi oficialmente aberta pela Princesa Mabel van Oranje, a Presidente da Sociedade Internacional de Aids, Linda-Gail Bekker, o Diretor Executivo do UNAIDS, Michel Sidibé, o Diretor-Geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Gebreheyesus, e a artista e vencedora do concurso do Festival Eurovision de 2014, Conchita Wurst.
Em seu discurso de abertura, Sidibé ressaltou que o ritmo do progresso não está rápido o suficiente para atingir as metas de 2020. Ele soou o alarme sobre as crescentes desigualdades e a intolerância à diversidade que estão resultando em uma crise de prevenção do HIV. Ele observou a necessidade de romper barreiras que excluem pessoas de seus direitos.
O Diretor Executivo do UNAIDS também destacou a necessidade de fechar as lacunas, especialmente a do financiamento. “Como vocês, eu me preocupo com a lacuna no financiamento. Há uma lacuna persistente de 20% entre o que é necessário e o que está disponível. Sabemos que pequenos cortes podem ter grandes consequências. Uma resposta à AIDS totalmente financiada não é negociável,” disse Sidibé.
A conferência está empenhada em enfatizar a necessidade de promover respostas ao HIV baseadas em direitos humanos e informadas por evidências, adaptadas às necessidades das comunidades vulneráveis; em ativar e galvanizar o compromisso político e a responsabilidade entre governos, doadores, setor privado e sociedade civil; e em abordar as lacunas da prevenção do HIV e destacar seu papel crítico.
Durante os próximos dias, haverá oportunidades para compartilhar conhecimento, ideias e boas práticas por meio de discussões plenárias, apresentações abstratas, simpósios, oficinas de capacitação, participação no espaço comunitário da Vila Global e eventos independentes.