O que precisamos fazer de diferente para alcançar os objetivos ousados relacionados à saúde na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável? Esta foi a principal questão de uma troca de opiniões entre a Secretária-Geral Adjunta das Nações Unidas, Amina Mohammed, e os líderes globais de saúde sobre o cumprimento da visão da saúde na Agenda 2030.
O evento foi sediado por Tedros Adhanom Ghebreyesus, Diretor-Geral da Organização Mundial de Saúde, e Michel Sidibé, Diretor Executivo do UNAIDS, e foi presidido por Valentin Zellweger, Representante Permanente da Suíça nas Nações Unidas e outras organizações internacionais em Genebra. Ao engajar embaixadores, organizações internacionais, sociedade civil e partes interessadas do setor privado em Genebra, a reunião buscou identificar lacunas na agenda global de saúde e gerar soluções concretas e compartilhadas para acelerar o impacto a nível nacional.
Nas suas observações, Amina Mohammed destacou a saúde como central para o desenvolvimento sustentável e desafiou os participantes a identificar como a saúde pode ser uma guia e uma força integradora para ação em toda a Agenda 2030. Ela enfatizou a necessidade de dados mais robustos para entender melhor as atuais tendências de saúde e trazer programas à escala.
Mohammed pediu ainda um mapeamento dos determinantes da saúde para demonstrar aos líderes políticos a necessidade urgente de uma ação multisectorial mais forte. Ela encorajou os participantes a considerar como a saúde pode ser como uma vitrine das ações coletivas e resultados no contexto da reforma das Nações Unidas.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) expandiram amplamente a agenda de saúde, trazendo à tona uma série de questões que representam um fardo significativo de morbidade e mortalidade, mas ainda não foram adotadas como prioridades globais de saúde. Os participantes chamaram a atenção para uma série de metas ODS que continuam recebendo comprometimento e investimento político inadequados, tais como saúde mental, doenças não transmissíveis, resistência antimicrobiana, poluição do ar, violência contra as mulheres e a saúde dos migrantes.
Durante o evento, os participantes forneceram uma série de propostas para alavancar a capacidade única das instituições em Genebra, incluindo a incubação de parcerias de paz, saúde e comércio, construindo conhecimentos em direitos humanos para abordar os determinantes sociais da saúde, incentivando o engajamento de ministros além da saúde em discussões de saúde global e influenciando a arquitetura de financiamento global para apoiar soluções e respostas baseadas na comunidade.
Os participantes enfatizaram o potencial da saúde global ser precursora da reforma das Nações Unidas e trazer novas formas de trabalho em toda a agenda para impacto em escala nacional.
CITAÇÕES
“O Secretário-Geral e eu colocamos grande ênfase na prevenção. Investir na prevenção para manter as pessoas saudáveis trará o maior dividendo. Fazer isso significa abordar os determinantes sociais com uma miríade de partes interessadas na política, educação, comércio, sociedade civil, comunidade de investidores e além”.
AMINA MOHAMMED, SECRETÁRIA-GERAL ADJUNTA DAS NAÇÕES UNIDAS
“Genebra não é apenas a capital da saúde global, mas com sua quantidade crítica de conhecimentos técnicos, a cidade também materializa o espírito de ação coletiva, onde as partes interessadas, incluindo agências internacionais, Estados-Membros, sociedade civil, academia e setor privado, podem forjar parcerias inovadoras para entregar resultados para pessoas”.
VALENTIN ZELLWEGER, REPRESENTANTE PERMANENTE DA SUÍÇA NAS NAÇÕES UNIDAS E OUTRAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS EM GENEBRA
“Alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável é sobre velocidade, escala e qualidade. Estamos nos movendo rápido o suficiente? Os nossos esforços e investimentos são ambiciosos o suficiente? E estamos oferecendo serviços de saúde de qualidade para todos? Mas, acima de tudo, a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável é um documento político. A cobertura de saúde universal é uma escolha política. Como agências técnicas, devemos fortalecer nossa capacidade de desempenhar papéis políticos”.
TEDROS ADHANOM GHEBREYESUS, DIRETOR-GERAL DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE
“A saúde pode ser um ponto de entrada importante para a implementação da reforma das Nações Unidas, simplificando e otimizando a arquitetura da saúde através de uma plataforma nacional inclusiva, um plano de implementação e um centro de dados para planejamento, monitoramento e prestação de contas. Isso ajudará o sistema das Nações Unidas a ser mais focado, mais alinhado e mais eficaz em seu apoio aos países”.
MICHEL SIDIBÉ, DIRETOR EXECUTIVO DO UNAIDS