A necessidade de aumentar as conexões entre as desigualdades de gênero e o HIV foi destacada como algo indispensável para incetivar o progresso na área da saúde e para a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), durante o lançamento do Centro de Gênero e Saúde Global da University College London, no Reino Unido (16/2).
Estudos indicam que as mulheres vivendo com HIV são particularmente vulneráveis à violência sexual, física e psicológica; e que as desigualdades de gênero, incluindo falta de educação e empoderamento econômico, também tornam as mulheres mais vulneráveis à infecção por HIV.
Com base neste crescente conjunto de evidências, os especialistas no evento enfatizaram que a abordagem sobre as desigualdades de gênero deve ser integrada a todas as estratégias, programas e instituições para que os ODS sejam alcançados e para que cheguemos ao fim da epidemia de AIDS como ameaça à saúde pública até 2030.
O novo Centro de Gênero e Saúde Global trabalhará com formuladores de políticas e influenciadores nessa mesma área para tratar das relações complexas entre normas de gênero e saúde.
Durante o lançamento, os palestrantes compartilharam evidências sobre os vínculos indissociáveis entre gênero e saúde. A Diretora Executiva Adjunta do UNAIDS, Jan Beagle, refletiu sobre as respostas institucionais, convocando as organizações para que atuem a partir de evidências no desenvolvimento de estratégias, programas e políticas, tanto no que se refere a um enfoque organizacional como no funcionamento interno das instituições, em áreas como gestão de equipes, por exemplo.
@JanMBeagle praising Geneva Gender Champions and their pledge not to serve on all male panels- not an issue today! #GenderHealth pic.twitter.com/4Pk3F4Wzja
— UCL Gender & Health (@UCLGenderHealth) 16 de fevereiro de 2017
Ela lembrou que no UNAIDS, a Estratégia UNAIDS 2016-2021 e o Plano de Ação sobre Gênero do Secretariado do UNAIDS priorizaram a igualdade de gênero, a paridade e o empoderamento das mulheres como fundamentais para o progresso no combate ao HIV e para o impacto nas áreas de saúde, desenvolvimento e direitos.
Ressaltando as metas numéricas e as áreas de enfoque estratégico do Plano de Ação sobre Gênero do Secretariado do UNAIDS, Jan Beagle compartilhou detalhes sobre os progressos significativos alcançados desde a sua criação em 2013: o número de Diretoras de Países do UNAIDS passou de 15 ( 27%) para 26 (41%), e o Secretariado quase alcançou seu objetivo de 50% de mulheres em postos médios de gestão (48%).
Ela enfatizou que o progresso dentro do UNAIDS é parte de uma agenda mais ampla de mudança, através da qual a cultura organizacional está sendo transformada para fortalecer um ambiente de trabalho que defende a diversidade e as oportunidades para todos e todas.
CITAÇÕES
“Como instituições de saúde global, nós precisamos implementar o que falamos. Através do plano de ação sobre gênero do secretariado do unaids, nós nos empenhamos para construir uma cultura organizacional que empodere as mulheres, através da qual alcançaremos paridade dentro da nossa equipe.”
Jan Beagle – Diretora Executiva Adjunta do UNAIDS