Com o término das Olimpíadas se aproximando, uma última onda de abraços passou pela cidade do Rio de Janeiro na quinta-feira (18) para promover o combate ao preconceito e conscientizar brasileiros e estrangeiros sobre a prevenção ao HIV.
Na Praça XV, centro da capital fluminense, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) e sua Embaixadora Regional da Boa Vontade para América Latina e Caribe, a jornalista da rede CNN en Español Alejandra Oraa, se juntaram às “Drags da Prevenção” da organização não governamental Grupo Pela Vidda para distribuir mais carinho para o público da Rio 2016.
“Todos nós podemos ser diferentes,
mas temos algo em comum
que é nossa capacidade de amar.”
O encontro foi o último ‘Abraçaço’ da campanha #euAbraço — iniciativa de agências da ONU e do governo que espalhou mensagens de tolerância e disponibilizou preservativos em live sites de transmissão das competições e pontos turísticos do Rio durante os Jogos Olímpicos. Até a próxima segunda-feira (22), a força-tarefa de 88 voluntários continuará com ações menores para mobilizar visitantes e moradores da cidade.
“O fato de estarmos tentando usar o abraço também para eliminar a discriminação e mostrar às pessoas que nós podemos nos abraçar e que todos nós podemos ser diferentes, mas temos algo em comum que é nossa capacidade de amar, eu acho isso maravilhoso”, afirmou Alejandra.
Segundo a Embaixadora, vítimas de preconceito devem se lembrar que elas “são mais fortes” que seu agressores.
“Nós podemos ser quem nós quisermos ser. Nunca deixe ninguém te dizer o contrário. Nunca se sinta desanimado ou sinta que você tem de mudar porque a sociedade ou alguém ou um grupo específico diz que você tem de fazer isso”, disse a jornalista em mensagem para o público LGBTI+ e outros indivíduos que sofrem discriminação.
A Diretora do UNAIDS no Brasil, Georgiana Braga-Orillard, lembrou que além de celebrar o espírito olímpico de respeito à diversidade, a campanha também incentivou a prática do sexo seguro. “Já foram mais de 400 mil preservativos distribuídos e 200 mil sachês de lubrificante. Isso também foi um sucesso muito grande”, explicou.
“Não tem nada mais brasileiro do que o abraço. A gente viu nas comemorações, nas celebrações e também no apoio aos que não ganharam o ouro, mas que estavam aqui participando”, comentou Georgiana.
De acordo com a Diretora, além do incentivo à prevenção, o UNAIDS quis deixar, com seus gestos de afeto, um legado de tolerância e de inclusão das populações mais vulneráveis à epidemia de AIDS.
Ao longo da campanha, voluntários interpelavam pedestres para pedir um abraço e conversar sobre transmissão do HIV e o preconceito enfrentado por certos segmentos da população.
Entre os itens dos kits distribuídos, estavam não apenas camisinhas e outros produtos de proteção, como também cartilhas explicativas e uma fita métrica — que possui informações sobre tratamento e testagem de HIV, mas serve principalmente para medir os abraços dados.
O tamanho de cada gesto é contabilizado na plataforma Abraçômetro — parte virtual da iniciativa que convida as pessoas a publicar fotos de seus abraços e a bater metas de tamanho total de abraços dados ao longo das Olimpíadas.
Você sabia que a sua altura tem o mesmo comprimento que seu abraço? Compartilhe seu abraço: https://t.co/X3ATER9UjA pic.twitter.com/V2Pq7M1r4B
— UNAIDS Brasil (@UNAIDSBrasil) 18 de agosto de 2016
Para a drag queen Karina Karão, uma das voluntárias da campanha, é necessário “quebrar o preconceito” que “drag queens” sofrem assim que se preparam e se vestem de mulher. Para ela, os Jogos deram visibilidade positiva para lésbicas, gays, pessoas trans e intersex.
“O pessoal até postou falando que os machistas têm que engolir porque o público GLS tá dominando tudo”, lembrou Karão a respeito dos atletas ganhadores de algumas competições e também de medalhas que são assumidamente LGBTI+.
“Mas não é questão de dominar. As pessoas têm que entender que cada um tem sua opção sexual e que elas podem ser quem elas quiserem”, explicou. “Todos podemos ser campeões.”
A #EuAbraço é fruto de uma parceria entre o UNAIDS e o Ministério da Saúde brasileiro e conta com o apoio também do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
Durante os Jogos Paralímpicos, a campanha vai retomar suas atividades principalmente na internet, com atividades online que terão a participação do ator e Embaixador de Boa Vontade do UNAIDS, Matheus Solano.
Além de distribuir abraços, a #EuAbraço distribuiu mais de 400 mil #preservativos durante os Jogos #Rio2016 pic.twitter.com/bEPuPv2ns4
— UNAIDS Brasil (@UNAIDSBrasil) 18 de agosto de 2016
Para mais fotos da campanha #EuAbraço, clique aqui.
Foto de capa: UNIC Rio/Pedro Andrade
Fonte: ONU Brasil