Cerca de 30 voluntários se reuniram nesta terça-feira (12/7), na sede do Grupo Pela Vidda-RJ, no centro do Rio, para dar início aos treinamentos para ações que acontecerão durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. Prevista para acontecer de forma presencial e pelas redes sociais, a campanha terá como um de seus principais objetivos promover o principio de n.6 da Carta Olímpica – que prega o respeito à diversidade, aos direitos e liberdades não apenas dos atletas, mas de todas as pessoas. Aliado a isso, os voluntários também irão conduzir ações de prevenção e testagem para o HIV.
Realizada pelo UNAIDS em parceria com o Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde (DDAHV), a campanha conta com o apoio da União Europeia e de organismos da ONU, como UNFPA e UNESCO. O Grupo Pela Vidda e AHF Brasil, também parceiras da iniciativa, ficarão responsáveis pela mobilização e treinamento dos voluntários que atuarão por quase 30 dias nos Live Sites da Zona Portuária e do Parque de Madureira.
Os chamados Live Sites dos Jogos Rio 2016 são espaços públicos voltados para transmissão de jogos e atividades diversas, mas com acesso aberto a todas as pessoas. Além da Zona Portuária e de Madureira, ações pontuais estão também previstas na Casa Brasil (Pier Mauá) e nas ‘casas’ de países parceiros, nos espaços montados especialmente para as Olimpíadas espalhados pela cidade do Rio de Janeiro.
Contexto de inserção da campanha
“Vamos trazer para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos a experiência das ações feitas durante a Copa de Mundo de 2014, dentro da campanha Projeta o Gol, liderada pelo UNAIDS e realizada com diversos parceiros, muitos dos quais também estão juntos desta vez”, disse Marcio Villard, Coordenador de Projetos do Grupo Pela Vidda-RJ. “Mas agora, até em função do contexto atual que temos em nosso país e no mundo, vamos apostar também em outros elementos que vão além da prevenção e da testagem, para poder alcançar e sensibilizar o maior número possível de pessoas e voltar a alimentar esperança e a confiança na humanidade.”
Nos últimos anos, tanto no Brasil quanto ao redor do mundo, uma onda de extremismo e polarização no campo político e das ideias tem provocado violência contra os mais vulneráveis – minorias, pessoas LGBTI+, refugiados, pessoas vivendo com HIV – entre outras populações. Na grande maioria das vezes, tais ações não apenas culminam em violações dos direitos humanos como contribuem para alimentar a percepção de que diversas conquistas acumuladas nesta área nas últimas décadas podem estar ameaçadas. Nesse contexto, a campanha surge como um contraponto, promovendo atitudes e sentimentos que reforçam a importância do respeito, da tolerância e da solidariedade.
“Aproveitamos mais uma vez a oportunidade de utilizar o poder de união do esporte para passar mensagens de zero discriminação, ”, conta Georgiana Braga-Orillard, Diretora do UNAIDS no Brasil. “Nossa meta é tocar as pessoas no Rio de Janeiro que estão vivendo as olimpíadas de perto e também as que estão conectadas de alguma forma pelas redes sociais, já que contaremos com uma plataforma online com a missão de fazer esta ponte entre o que está acontecendo no Rio e o resto do Brasil e do mundo.”
Além desse primeiro treinamento, os voluntários contarão com outros encontros preparatórios sobre temas relacionados à prevenção, abordagem de público em grandes eventos e sobre os principais objetivos da campanha. Um guia do voluntário também será produzido e usado para além dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, já que a campanha acontecerá em diversos momentos até o final de dezembro.
Visitas preparatórias
No início de julho, representantes do UNAIDS e do DDAHV estiveram no Rio para visitar os locais onde a campanha será realizada. Juntamente com o Grupo Pela Vidda, visitaram a região entre a Praça XV e a Praça Mauá, onde será instalada a Pira Olímpica – Live Site Porto Maravilha, ainda em suas obras finais – e o Parque de Madureira, onde a ONG já faz ações frequentes de mobilização social para prevenção e testagem.
“Estes dois pontos específicos contemplam públicos muito diversos e igualmente importantes para as mensagens que queremos passar”, explica Adele Benzaken, Diretora do Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. “A campanha é inclusiva, fala de coisas que são comuns a todas as pessoas, independentemente de sua raça, cor, etnia, orientação sexual, identidade de gênero, religião, ideologia política, classe social, deficiência, nacionalidade e tantos outros elementos. Queremos promover a união e o respeito e estamos confiantes de que quem encontrar com nossos voluntários não vai resistir ao convite de aderir à ação.”