A incidência do HIV entre gays e outros homens que fazem sexo com homens parece estar aumentando no mundo inteiro; apesar disso, a cobertura dos programas de HIV permanece sendo insuficiente, tendo diminuído de 59% em 2009 para 40% em 2013. Nos locais onde existem programas de HIV para gays e outros homens que fazem sexo com homens, muitas vezes, os recursos são insuficientes e não são adaptados adequadamente às necessidades específicas daquela população.
Muitas vezes, os programas de prevenção existem de maneira isolada, o que resulta em lacunas significativas e perdas de seguimento ao longo da cascata de cuidado contínuo da prevenção, atenção e tratamento do HIV. As tecnologias de informação e comunicação (TICs) representam um novo e importante recurso para o aprimoramento do alcance e da efetividade dos programas de HIV. Os gays e outros homens que fazem sexo com homens já utilizam as TICs para facilitar muitos tipos de interações, e existe uma grande variedade de plataformas da iniciativa privada para ajudá-los a negociar encontros sociais e sexuais presenciais. Visto que facilitam oportunidades discretas para encontros sociais e sexuais e o compartilhamento de informações, as TICs desempenham um papel importante para os gays e outros homens que fazem sexo com homens que, sem elas, poderiam ter dificuldade de se encontrar e de conhecer, sobretudo em vista do estigma e da criminalização das relações entre pessoas do mes-mo sexo em muitos países do mundo.
É por causa disso que as TICs têm o potencial de impulsionar melhorias programáticas mensuráveis ao longo da cascata de serviços de prevenção, atenção e trata-mento do HIV: as TICs podem coletar e disseminar informações, fazer a ligação entre conteúdos virtuais e serviços físicos e complementar os componentes presenciais dos programas de HIV. Cada vez mais, projetos inovadores estão utilizando as TICs para fortalecer a resposta ao HIV em seus ciclos, desde o planejamento e a implementação, até o monitoramento e a avaliação.
Não obstante, ainda há desafios: a maioria dos projetos com TICs são financiados por agências externas, com apoio limitado dos governos nacionais; os programas baseados em TICs raramente são mencionados nas descrições dos principais pacotes e programas de HIV; e não existem diretrizes internacionais quanto a padrões mínimos, necessidades de treinamento ou indicadores de sucesso. Isto impede os esforços para ampliar programas baseados em TICs e garantir que tenham cobertura adequada entre gays e outros homens que fazem sexo com homens.
Leia o relatório de consulta feito pelo UNAIDS sobre Tecnologias de Informação e Comunicação aqui.