UNAIDS e OMS: Considerações importantes para integrar intervenções sobre HIV e saúde mental

Uma nova publicação (em inglês) do UNAIDS e da Organização Mundial da Saúde (OMS) enfatiza a importância de integrar serviços de HIV e saúde mental a outras intervenções, incluindo vínculos com serviços de proteção social, para pessoas vivendo com HIV e outras populações vulneráveis. 

As condições de saúde mental aumentam o risco de infecção pelo HIV. Por outro lado, as pessoas que vivem com HIV têm um risco aumentado de problemas de saúde mental, os quais, por sua vez, estão associados a uma menor permanência nos cuidados de HIV, aumento no risco de exposição ao vírus e menor envolvimento com prevenção. 

Existe um crescente corpo de evidências mostrando que há métodos eficazes de prevenção, triagem e diagnóstico e tratamentos para condições comuns de saúde mental, incluindo depressão e ansiedade, que podem ser implementados em países de baixa e média rendas. Apesar disso, serviços de atenção a condições de saúde mental, neurológicas e de uso de substâncias muitas vezes não são integrados aos pacotes de serviços e cuidados essenciais, inclusive para o HIV. 

“Sabemos que a integração de triagem, diagnóstico, tratamento e cuidados para condições de saúde mental e apoio psicossocial com serviços de HIV não precisa necessariamente ser caro. As abordagens integradas que são centradas nas pessoas e levam em conta as especificidades do contexto local garantem melhores resultados com relação ao HIV e à saúde geral, bem-estar e qualidade de vida” 

Eamonn Murphy, vice-diretor executivo interino de Programas do UNAIDS

A publicação lançada conjuntamente pelo UNAIDS e OMS destina-se principalmente a formuladores de políticas públicas nacionais e locais, implementadores de programas globais, regionais, nacionais e locais, organizações e fornecedores que trabalham com temas de saúde geral, HIV, saúde mental e outros serviços relevantes, sociedade civil e organizações sociais atuantes e lideradas pelas comunidades.

Embora o foco da publicação seja a integração da saúde mental com os serviços de HIV e outras intervenções, o conteúdo pode ser relevante para outros serviços, inclusive para comorbidades decorrentes do vírus, como tuberculose, hepatites virais e infecções sexualmente transmissíveis.

“Nossa publicação reúne com sucesso ferramentas, melhores práticas, estudos de caso e diretrizes que podem ajudar os países e facilitar a integração de intervenções e serviços para enfrentar os desafios de saúde pública para interligar a saúde mental e HIV, ao mesmo tempo em que melhora o acesso aos cuidados para pessoas que são mais vulneráveis, como adolescentes e populações-chave”, diz Meg Doherty, diretora de Programas Globais de HIV, Hepatite e Infecções Sexualmente Transmissíveis da OMS.

“Com esta publicação conjunta do UNAIDS e da OMS, esperamos poder apoiar coletivamente países, prestadores de serviços, profissionais, formuladores de políticas públicas e implementadores de programas e comunidades em seus esforços para lidar com o HIV, a saúde mental, condições neurológicas e o uso de substâncias de uma forma integrada e que tenha impacto”, diz Devora Kestel, diretora de Saúde Mental e Uso de Substâncias da OMS.

A integração de saúde mental e o apoio psicossocial com os serviços e intervenções de HIV, incluindo aqueles liderados pelas comunidades, é uma das principais ações prioritárias incluídas na Estratégia Global de AIDS 2021–2026: Acabar com as desigualdades, Acabar com a AIDS e a Declaração Política para enfrentar desigualdades e acabar com a AIDS.

Ambos demandam uma por uma abordagem das questões interligadas de HIV e saúde mental por meio de serviços integrados, investindo em sistemas robustos, resilientes, equitativos e com financiamento público para a saúde e proteção social, a fim de reverter as desigualdades sociais e de saúde e acabar com o estigma e a discriminação. 

A nova publicação enfatiza que a epidemia de AIDS não pode terminar sem que seja abordado o tema da saúde mental das pessoas que vivem com, em risco de ou são afetadas pelo HIV, garantindo o acesso equitativo aos serviços de HIV para pessoas com problemas e condições de saúde mental e alcançando a cobertura universal de saúde. 

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