Ações de empreendorismo social selecionadas pelo Fundo Solidário do UNAIDS começam a implementar atividades

A pandemia de COVID-19 forçou muitas organizações que trabalham com o HIV lideradas pela comunidade a mudar seu trabalho e se concentrar na mobilização de fundos para fornecer assistência humanitária básica, como alimentação, abrigo e medicamentos para pessoas vivendo com HIV e integrantes de populações-chave severamente impactadas pela pandemia.

A fim de ampliar a capacidade das populações-chave e organizações comunitárias de enfrentar as dificuldades, o UNAIDS lançou em janeiro de 2021 um Fundo Solidário de US$ 250 mil para apoiar empreendimentos sociais liderados por pessoas vivendo com HIV e membros de populações-chave, incluindo profissionais do sexo, pessoas trans, pessoas que usam drogas, homens gays e outros homens que fazem sexo com homens, bem como mulheres jovens de populações-chave afetadas ou que enfrentam dificuldades especiais durante a pandemia de COVID-19. Vinte e quatro organizações sociais locais de cinco países foram selecionadas para receber financiamento inicial para capacitá-las a ampliar as iniciativas de empreendedorismo existentes ou desenvolver novas iniciativas empresariais que possam gerar valor econômico e impacto social para suas comunidades.

O primeiro convite à apresentação de propostas do Fundo Solidário recebeu candidaturas de uma gama diversificada de empreendimentos sociais liderados por redes e organizações de populações-chave. Um Comitê de Revisão do Fundo Solidário global, composto por representantes do UNAIDS, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e parcerias, incluindo representantes de comunidades, do país e dos setores público e privado, revisou e avaliou propostas de alto potencial para empreendimentos sociais. As 24 organizações beneficiárias finais demonstraram seu compromisso com o desenvolvimento de soluções sustentáveis para enfrentar as barreiras socioeconômicas que as populações-chave enfrentam.

“A fase piloto do Fundo Solidário permitirá testar modelos inovadores, proporcionando às principais comunidades uma oportunidade de abordar adequadamente o impacto imediato da pandemia de COVID-19 e criar atividades sustentáveis geradoras de renda”, disse Pradeep Kakkattil, Diretor do Escritório de Inovações do UNAIDS, enquanto empreendedores sociais do Brasil, Gana, Índia, Madagascar e Uganda iniciam a criação de seus empreendimentos.

Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas, Brasil

Desde o início da pandemia de COVID-19 no Brasil, o Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas (MNCP) vem trabalhando para minimizar os desafios decorrentes das medidas de isolamento social impostas no país e os subsequentes impactos econômicos sobre a vida das mulheres vivendo com HIV. “Em geral, as pessoas que procuraram ajuda estão em sua maioria necessitadas de alimentos, incluindo pessoas pobres, pessoas vivendo com HIV e pessoas que não tinham emprego formal e não puderam continuar trabalhando durante a pandemia”, disse Jacqueline Côrtes, Coordenadora Executiva do MNCP. Com o apoio do Fundo Solidário, o MNCP visa treinar e financiar mais de 35 mulheres vivendo com HIV na costura e na comercialização de bonecas de pano tradicionais em todo o Brasil. O objetivo é apoiar as mulheres a estabelecer e liderar uma rede de produção com representação regional. O MNCP também promoverá o empoderamento econômico e o empreendedorismo feminino através de cursos online e treinamento vocacional.

Nachbaja.com, Índia

Como uma das primeiras startups lideradas por pessoas trans e plataformas agregadoras de artistas online da Índia, o Nachbaja.com visa garantir que artistas da comunidade recebam remuneração justa e completa por seus serviços. Acompanhando as necessidades sempre em evolução dos mercados, Nachbaja.com irá integrar suas operações offline e criar uma nova plataforma de artistas desenvolvendo um aplicativo online através do apoio recebido do Fundo Solidário. O objetivo é conectar diretamente artistas talentosos com a organização de eventos, não necessitando de agentes, que normalmente assumiriam uma parte significativa da renda de artistas. “O crescimento da indústria de eventos da Índia apresenta uma oportunidade de criar a Nachbaja.com como uma plataforma digital permitindo que artistas da comunidade se apropriem mais de suas habilidades e reduzam a dependência de agentes”, disse Reshma Prasad,Fundadora e Diretora executiva da Nachbaja.com. Além de oferecer oportunidades de ganhar a vida, a Nachbaja.com também integrará o rastreamento habilitado pelo Sistema de Posicionamento Global para garantir a segurança de artistas da comunidade trans.

Fikambanana Vehivavy Miavotena eto Madagasikara, Madagascar

A Fikambanana Vehivavy Miavotena eto Madagasikara (FIVEMIMAD) é uma rede de profissionais do sexo que trabalha desde o início da pandemia de COVID-19 para melhorar as condições de vida de profissionais do sexo em Madagascar e para aumentar sua reintegração social em nível nacional. “Acreditamos que é importante alavancar nossa rede de associações subsidiárias nas cidades de Toamasina, Foulpointe, Toliara e Diégo para implementar projetos de empreendedorismo social e assim garantir a propriedade dos diversos empreendimentos sociais liderados pela comunidade de profissionais do sexo em Madagascar”, disse Germaine Razafindravao, Presidente da FIVEMIMAD. Através desta rede de filiais da associação em quatro cidades, a FIVEMIMAD promoverá o estabelecimento de empreendimentos sociais liderados por profissionais do sexo. A iniciativa proporcionará treinamento sobre produção de redes mosquiteiras, artesanato malgaxe, costura e bordado e processamento de frutas para proporcionar aos membros da comunidade local uma oportunidade de alcançar independência financeira e melhores condições de vida.

Let’s Walk Uganda, Uganda

Let’s Walk Uganda (LWU) foi estabelecida para apoiar homens gays e outros homens que fazem sexo com homens que enfrentam discriminação e marginalização, o que foi reforçado pelo impacto da pandemia de COVID-19. Para melhorar os padrões de vida, criar mecanismos de renda mais sustentáveis e reduzir a exposição a práticas prejudiciais, a LWU iniciou seu Projeto Jump Start, que visa criar uma comunidade de 20 homens gays e outros homens que fazem sexo com homens que vivem em três favelas urbanas em Kampala equipados com as habilidades necessárias para iniciar, administrar e manter um negócio social. Eles estarão engajados no treinamento de moda e design, artesanato e produção de sabão líquido e serão ajudados a criar pequenos empreendimentos sociais sustentáveis. “Além das habilidades empreendedoras, reconhecemos que é importante cultivar a alfabetização financeira e a inclusão entre os homens que fazem sexo com homens. Portanto, a LWU também apoiará a criação de pequenos grupos de poupança e investimento para melhorar o acesso a empréstimos e poupança em grupo para garantir a sustentabilidade desses empreendimentos”, disse Ndawula Eric, Diretor Executivo da LWU.

Hope for Future Generations, Gana

Usando uma combinação estratégica de empoderamento, uma abordagem baseada em direitos e estratégias participativas inovadoras, o Hope for Future Generations (HFFG) tem, desde 2001, facilitado e trabalhado para melhorar a saúde, educação e status socioeconômico de mulheres, crianças e jovens em Gana. Através de uma rede de jovens especialmente constituída sob sua alçada chamada Young Health Advocates Ghana (YHAG), o HFFG capacita jovens que vivem com HIV a usar suas vozes em defesa de seus direitos e a construir suas capacidades empreendedoras. “Nossos empreendimentos sociais serão desenvolvidos, liderados e sustentados por jovens que vivem com HIV e jovens mulheres profissionais do sexo. É ótimo ver ideias como uma fazenda de estufa e um empreendimento de design de moda ganharem vida a partir desta rede de jovens”, disse Cecilia Lodonu-Senoo, a fundadora e diretora executiva da HFFG. As empresas estabelecidas serão especialmente projetadas para promover liderança, emprego equitativo e oportunidades de geração de renda para membros da comunidade YHAG.

As organizações comunitárias e suas redes requerem recursos sustentáveis e apoio técnico para poderem continuar a desempenhar seus papéis, escalar soluções inovadoras lideradas pela comunidade, criar mecanismos de receita sustentáveis e reduzir as desigualdades cada vez maiores. Como os esforços de implementação de subsídios estão em andamento, o UNAIDS está trabalhando em estreita colaboração com redes comunitárias e parcerias como UNICEF e Social Alpha para criar e fornecer apoio personalizado em torno do desenvolvimento de capacidades e orientação a empreendedorismos sociais.

Confira a lista completa das organizações beneficiárias do Fundo Solidário do UNAIDS

  • Aastha Parivaar, Índia.
  • Alliance of Women Advocating for Change, Uganda.
  • Asha Darpan, Índia.
  • Associação de Apoio e Amparo as Pessoas Vivendo com HIV/AIDS do Estado do Espírito Santo, Brasil.
  • Associação Social Anglicana de Solidariedade do Cerrado, Brasil.
  • Fikambanana Vehivavy Miavo-Tena eto Madagasikara, Madagascar.
  • Gaurav Trust, La Beauté & Style, Índia.
  • Grupo de Trabalhos em Prevenção Posithivo, Brasil.
  • Health and Rights Initiative, Uganda.
  • Hope Alliance Foundation and OHF Initiative, Gana.
  • Hope for Future Generations, Gana.
  • Lady Mermaid, Women-Up Social Enterprises, Uganda.
  • Let’s Walk Uganda, Uganda.
  • Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas, Brasil.
  • Nachbaja.com, Índia.
  • Réseau Association des Femmes Samaritaines, Madagascar.
  • Simma Africa Creative Arts Foundation, Uganda. Solidarity Foundation and Navajeevana Sanghatane, Índia.
  • Thozi, Índia.
  • Tranz Network Uganda, Uganda.
  • Uganda Harm Reduction Network, Uganda.
  • Usha Multipurpose Cooperative Society Limited, Índia.
  • Vijana Na Children Foundation, Uganda.
  • Women of Dignity Alliance, Gana.

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