Vacina contra o HIV: quem precisa dela?

Participantes da Conferência da Sociedade Internacional de AIDS (IAS) participaram de uma sessão sobre uma vacina contra o HIV liderada por Lucy Stackpool-Moore, diretora de programas de HIV e advocacy da IAS. Susan Buchbinder, da Universidade da Califórnia, São Francisco e do Departamento de Saúde Pública de São Francisco, fez observações introdutórias.

Duas apresentações registradas foram então transmitidas, por Kevin De Cock e Gabriela Gomez, falando, respectivamente, sobre a necessidade e o papel de uma vacina contra o HIV e sobre a modelagem da ciência em torno das exigências e do impacto de uma suposta vacina.

Duas apresentações foram transmitidas: Kevin de Cock, falando sobre a necessidade e o papel de uma vacina contra o HIV, e Gabriela Gomez, sobre a modelagem da ciência em torno das exigências e do impacto de uma suposta vacina.

O assessor científico do UNAIDS, Peter Godfrey-Faussett, moderou em seguida um painel de discussão que incluiu Yazdan Yazdanpanah, Kundai Chinyenze, Rachel Baggaley, Daisy Ouya, Jerome Singh e Paul Stoffels.

A primeira pergunta foi se uma vacina contra o HIVchegasse, se seria tarde demais em vista das outras possibilidades de prevenção do HIV disponíveis. O consenso era que uma vacina ainda é necessária, especialmente em países de baixa e média renda e para populações-chave. Participantes discutiram então o quão boa uma vacina precisaria ser. As questões relevantes incluem eficácia e durabilidade, mas uma prioridade é a prova do conceito de atividade.

Todas as pessoas que participaram da conferência reconheceram que o cronogramainicial de dosagem inconvenientes são justificados se for possível demonstrar que um produto é eficiente. A eficácia mínima provavelmente precisa estar nentre 50-60% para que os produtos possam ser levados adiante.

A discussão também abrangeu o envolvimento de grandes empresas farmacêuticas— a Johnson & Johnson é atualmente a maior empresa que está desenvolvendo pesquisas de vacinas para o HIV, em conjunto com diversas parcerias governamentais, não-governamentais e clínicas. Foi enfatizado que as pessoas e as motivações individuais impulsionam a ciência, tanto para a prevenção quanto para o tratamento do HIV.

Inevitavelmente, a comparação do desenvolvimento de vacinas para a COVID-19 e o HIV veio à tona. As pessoas entrevistadas enfatizaram, entretanto, que as razões para a falta de sucesso até agora no HIV estavam em grande parte relacionadas com a natureza complexa do próprio HIV.

A discussão terminou com uma nota de otimismo realista, com o reconhecimento dos benefícios do investimento científico na pesquisa de vacinas contra o HIV até o momento, inclusive para a COVID-19, mas com o reconhecimento de que ainda é necessário um compromisso de longo prazo. Os resultados dos dois testes em andamento da terceira fase (Imbokodo e Mosaico) são aguardados com expectativa.

DESTAQUES
“Uma vacina não seria tarde demais; seria a solução para voltar ao caminho certo.”
Daisy Ouya, assessora de comunicação da Coalizão de Defesa de Vacinas para Aids

“Para um grupo de comparação em um ensaio da fase três, o “padrão de prevenção” é uma questão chave.”
Jerome Singh, professor adjunto da Escola de Saúde Pública Dalla Lana, Universidade de Toronto, Canadá

“Para um mundo sem HIV, é necessária uma vacina.”
Paul Stoffels, vice-presidente do Comitê Executivo e diretor científico Johnson & Johnson

“Precisamos de advocacy para a pesquisa de vacinas em um cenário de prevenção em mudança.”
Kundai Chinyenze, diretora médica executiva da Iniciativa Internacional de Vacina contra a AIDS

Verified by MonsterInsights