UNAIDS pede inclusão de pessoas e comunidades no centro da resposta ao HIV

As comunidades que vivem e são afetadas pelo HIV, incluindo comunidades de populações-chave, são base da resposta ao HIV. Elas fizeram campanha por seus direitos, expandiram informação baseada em evidências para uma ação eficaz contra o HIV, apoiaram a concepção e implementação de programas e melhoraram o alcance e a qualidade dos serviços de saúde. Esses grupos asseguraram que o maior envolvimento das pessoas vivendo com HIV se tornasse um padrão dos programas de HIV e que as abordagens baseadas em direitos fossem amplamente adotadas.

O painel “Colocando Pessoas e Comunidades no Centro de Resposta à AIDS”, realizado paralelamente à Reunião de Alto Nível das Nações Unidas sobre a AIDS em 9 de junho, promoveu uma discussão de alto nível sobre as oportunidades e desafios para avançar em direção às metas globais da AIDS e realizar os compromissos e adaptações políticas necessárias para apoiar as respostas lideradas pelas comunidades à medida que o mundo avança em direção ao fim da AIDS até 2030, e o faz no contexto da COVID-19.

O painel discutiu o apoio a iniciativas lideradas por populações-chave, mulheres e outras respostas lideradas por comunidades, novas prioridades emergentes de respostas lideradas pela comunidade à COVID-19 e pagamento justo para a força de trabalho da comunidade, em particular para mulheres vivendo com HIV e mulheres de populações-chave e vulneráveis.

Painelistas ouviram que mais de três décadas de experiência mostraram claramente que as comunidades estão no centro dos esforços para acabar com a AIDS como uma ameaça à saúde pública, mas sua contribuição significativa é muitas vezes posta de lado ou dificultada por pessoas da área política ou profissionais da saúde pública que têm pouco ou nenhum conhecimento das vidas e experiências das pessoas a quem são encarregados de servir.

Também ouviram que a resposta à pandemia de COVID-19 destacou ainda mais a importância das comunidades em transitar em ambientes difíceis e que passam por constantes mudanças e em alcançar as comunidades afetadas com serviços essenciais, tais como testes e vacinação de COVID-19 e prevenção, teste e tratamento do HIV e outros serviços sociais e de saúde.

Durante suas discussões, todos as pessoas do painel enfatizaram o que as comunidades podem fornecer quando há um ambiente jurídico favorável, espaço operacional para organizações da sociedade civil, financiamento e construção de capacidade.

DESTAQUES IMPORTANTES 

“O governo precisa implementar as políticas e remover as barreiras jurídicas que podem permitir a implementação das iniciativas necessárias. É preciso haver mecanismos de financiamento e apoio técnico para serviços liderados pela comunidade, pois isso é crucial para garantir a qualidade e a sustentabilidade dos serviços, e é preciso estabelecer parcerias multissetoriais de confiança entre as partes interessadas para que haja uma frente unida para alcançar o mesmo objetivo, colocando as pessoas no centro da implementação.”
Taweesap Siraprapasiri, Conselheiro Sênior do Departamento de Controle de Doenças, Ministério da Saúde Pública, Tailândia

“Embora as comunidades estejam em melhor posição para alcançar sua população, os governos têm a capacidade e os recursos para apoiar e acelerar o progresso, assegurando um espaço seguro para a sociedade civil através de leis e reformas políticas para descriminalizar as populações-chave, reduzir a discriminação e prevenir crimes de ódio, para permitir que todas as pessoas vivam pacificamente e desfrutem de seus direitos humanos.”
Anneka Knutsson, Diretora Interina, Divisão Técnica, Fundo de População das Nações Unidas

“As lições aprendidas com a prestação de serviços centralizada e dirigida pela comunidade nos mostraram fortemente que as comunidades têm experiência, capacidade e conhecimento sobre como melhor servir suas próprias comunidades. As comunidades têm muito a nos ensinar.”
Vuyiseka Dubula, Diretora do Centro Africano de Gerenciamento do Hiv/Aids, Universidade de Stellenbosch, África do Sul

“Não podemos acabar com a AIDS sem investir na redução de danos, nas respostas lideradas pela comunidade e nos direitos das pessoas que usam drogas.”
Baby Virgarose Nurmaya, Associação Internacional de Redução de Danos

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