UNAIDS pede cobertura universal de saúde baseada em direitos e centrada nas pessoas

O mundo está apenas a 10 anos do prazo para a cumprir a meta de saúde universal dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Faltam apenas 10 anos para o momento em que todas as pessoas deveriam ter acesso a serviços essenciais de saúde de qualidade, a medicamentos e a vacinas essenciais, seguras, eficazes, de qualidade e acessíveis. Mas essa meta parece ainda mais distante. Em 2017, menos da metade da população mundial estava coberta por serviços essenciais de saúde e, se as tendências atuais continuarem, estima-se que apenas 60% da população global terá saúde universal até 2030.

Dia Mundial da Cobertura Universal de Saúde, o UNAIDS está apelando ao mundo para que cumpram sua obrigação—saúde universal, baseada nos direitos humanos e com as pessoas no centro.

“Saúde para todas as pessoas: proteger todas as pessoas” é o tema do Dia Mundial da Cobertura Universal de Saúde deste ano, deixando claro que a saúde é um direito humano fundamental.

“É uma vergonha que as desigualdades ainda estejam impactando a possibilidade das pessoas de acessar os cuidados de saúde”, disse Winnie Byanyima, diretora executiva do UNAIDS. “A saúde é um direito humano, mas muitas vezes é negado, especialmente às pessoas mais vulneráveis, marginalizadas e criminalizadas.”

O status socioeconômico, gênero, idade, orientação sexual, cidadania ou raça de alguém podem afetar sua capacidade de acessar os serviços de saúde. Como a resposta ao HIV, a igualdade está no coração da saúde universal e progredir em direção à saúde universal significa progredir em direção à equidade, inclusão social e coesão. Uma abordagem baseada em direitos e centrada nas pessoas para a cobertura universal de saúde pode ajudar a garantir saúde equitativa para todas as pessoas.

A COVID-19 mostrou que os sistemas de saúde pública têm sido negligenciados em muitos países ao redor do mundo. Para promover a saúde e o bem-estar, os países precisam investir nas funções básicas dos sistemas de saúde, incluindo a saúde pública, como bens comuns para a saúde.

“O dinheiro nunca deve determinar o acesso de alguém à saúde”, acrescentou Byanyima. “Ninguém deve ser empurrado para a pobreza pagando por serviços de saúde. As taxas de usuário devem ser abolidas e a saúde para todas as pessoas paga com fundos públicos.”

Mesmo antes da pandemia de COVID-19 se espalhar, a resposta global à AIDS estava fora do caminho, em parte por causa de um subinvestimento de longo prazo nos sistemas de saúde. A saúde universal e o fim da AIDS não podem ser alcançados e mantidos sem sistemas de saúde resilientes e funcionais que possam responder às necessidades de todos, sem estigma e discriminação.

A resposta ao HIV mostrou que as comunidades fazem a diferença. Durante a pandemia COVID-19, organizações lideradas pela comunidade, incluindo comunidades de pessoas vivendo com HIV, em todo o mundo se mobilizaram para proteger as pessoas mais vulneráveis, trabalhando com os governos para manter os serviços essenciais funcionando.

As comunidades têm feito campanha para a dispensação de tratamento para o HIV durante vários meses, distribuição de remédios em casa organizada e assistência financeira, alimentação e abrigo para grupos que estão em risco. As comunidades fazem parte dos sistemas de saúde e são fundamentais para alcançar a saúde universal. Eles devem ser mais reconhecidos e apoiados por sua liderança, sua inovação e sua imensa contribuição para a saúde para todas as pessoas.

Saiba mais sobre o Dia Mundial da Cobertura Universal de Saúde.

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