Estudo de ensaio clínico contra o HIV foi interrompido

Os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos anunciaram que o ensaio clínico HVTN 702, um estudo de vacina contra o HIV, foi interrompido. Enquanto nenhum problema de segurança foi encontrado durante os testes, os dados independentes e o conselho de supervisão de segurança descobriram que a vacina era ineficiente em prevenir a transmissão do HIV.

O teste, conduzido em 14 locais na África do Sul, acompanhou mais de 5400 pessoas de 18 a 35 anos, com estado sorológico negativo para o HIV, por mais de 18 meses. Os participantes receberam seis injeções durante o período de seis meses, sendo a vacina ou o placebo. Uma análise feita após pelo menos 60% dos participantes estarem há mais de 18 meses no estudo, mostrou que haviam 129 infecções de HIV entre as pessoas que tomaram a vacina, enquanto 123 pessoas que usaram o placebo se infectaram.

“Enquanto nós estamos obviamente desapontados com os resultados, aprendemos coisas importantes para testes futuros. Agradeço à equipe do estudo por esse importante ensaio clínico da vacina,” disse Winnie Byanyima, diretora executiva do UNAIDS.

Apesar do estudo da vacina contra o HIV ter sido interrompido, outras vacinas importantes estão sendo testadas atualmente em escala—o teste Mosaico, que está testando uma vacina entre a população trans e homens gays e outros homens que fazem sexo com homens nas Américas e na Europa, e o teste Imbokodo, que está testando a vacina entre mulheres na África subsaariana. Uma vacina efetiva contra o HIV poderá ser a chave para manter o progresso contra o vírus no futuro.

Apesar de investimento considerável em prevenção durante o teste, ainda houve uma incidência de HIV de cerca de 4% por mês entre as mulheres participantes. Isso é muito alto. A transmissão de HIV pode ser prevenida. Isso exige a combinação correta de intervenções, incluindo testes para HIV; terapia antirretroviral para pessoas vivendo com HIV; profilaxia de pré-exposição; camisinhas e outras opções de prevenção; serviços de saúde sexual e reprodutiva, incluindo educação sexual abrangente; manter meninas na escola; e a suspensão das barreiras sociais, legais e econômicas para meninas e mulheres.

Foto: National Cancer Institute / Unsplash

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