Agências lançam plano conjunto para impulsionar metas globais de saúde

Na Assembleia Geral das Nações Unidas, 12 agências multilaterais lançaram um plano conjunto para apoiar os países nos próximos 10 anos, a fim de acelerar o progresso rumo aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e às metas globais de saúde.

Desenvolvida ao longo de 18 meses, a estratégia Stronger Collaboration, Better Health: Global Action Plan for Healthy Lives and Well-being for All  (Colaboração mais forte, saúde melhor: plano global de ação para vidas saudáveis ​​e bem-estar para todas as pessoas, na tradução livre para o português) descreve de que maneira 12 agências multilaterais de saúde, de desenvolvimento e da área humanitária colaborarão para ser mais eficientes e fornecerão apoio simplificado aos países, para que ofereçam cobertura universal de saúde e alcancem as metas dos ODS relacionados ao tema.

Ter pessoas saudáveis ​​é essencial para o desenvolvimento sustentável e para acabar com a pobreza, promovendo sociedades pacíficas e inclusivas, além de proteger o meio ambiente. Nas últimas décadas, houve ganhos significativos em áreas-chave da saúde, mas as metas para 2030 não serão alcançadas sem que os esforços sejam redobrados.

“O plano se chama ‘colaboração mais forte, saúde melhor’ por um motivo”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor geral da OMS. “Embora a colaboração seja o caminho, o destino final é o impacto. O lançamento deste plano é o começo, e não o final desse caminho.”

A cobertura universal de saúde é fundamental para atender às metas relacionadas à saúde e enfrentar as injustiças. Se as atuais tendências persistirem, a cobertura por serviços essenciais de saúde até 2030 só alcançará 5 bilhões de pessoas em todo mundo, conforme destacado no Universal Health Coverage: Global Monitoring Report (Cobertura Universal de Saúde: Relatório Global de Monitoramento, na tradução livre para o português), divulgado na semana passada pela OMS.

Para não deixar ninguém para trás, os países precisam lidar com as iniquidades em saúde. Colaboração e coordenação aprimoradas podem ajudar os países a enfrentar desafios complexos de saúde e trazer soluções inovadoras.

Juntas, as 12 agências contribuem com quase um terço de toda a assistência ao desenvolvimento da saúde. Sob o Plano de Ação Global, as agências comprometem-se a fortalecer a colaboração para:

  • Envolver-se melhor com os países para, juntas, identificar, planejar e implementar as prioridades;
  • Acelerar o progresso nos países por meio de ações conjuntas em torno de sete temas catalisadores, que representam desafios comuns para muitos países e onde os mandatos, a experiência e os recursos das agências ofereçam soluções, especialmente:
  1. Atenção primária à saúde
  2. Financiamento sustentável da saúde
  3. Engajamento da comunidade e da sociedade civil
  4. Determinantes de saúde
  5. Programação inovadora em ambientes frágeis e vulneráveis, ​​e para respostas a surtos de doenças
  6. Pesquisa e desenvolvimento, inovação e acesso e
  7. Dados para saúde e saúde digital. Eles também trabalharão juntos para promover a igualdade de gênero e apoiar a prestação global de serviços e insumos públicos;
  • Alinhamento por meio da harmonização das estratégias operacionais e financeiras, e das políticas de apoio aos países, a fim de melhorar a eficiência e reduzir a carga sobre eles; e 
  • Prestar contas, analisando o progresso e aprendendo juntos para aprimorar a responsabilidade compartilhada. 

Por meio do Plano de Ação Global, as agências ajudarão os países a cumprir compromissos internacionais, além dos ODS, como os assumidos em Astana, na atenção primária à saúde, e na Reunião de Alto Nível da Assembleia Geral da ONU sobre Cobertura Universal de Saúde, esta semana (23/09) em Nova York.

Coordenado pela OMS, o Plano de Ação Global para Vidas Saudáveis ​​e Bem-Estar para Todos é uma resposta da Alemanha, Gana e Noruega, com apoio do secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, para uma colaboração e coordenação mais eficazes entre organizações globais de saúde, para alcançar os ODS relacionados à saúde. As 12 agências signatárias do plano são Gavi, GFF, Fundo Global, UNAIDS, PNUD, UNFPA, UNICEF, UNITAID, ONU Mulheres, Banco Mundial, PMA e OMS.

Trechos das falas de diretores e diretoras das 12 entidades estão disponíveis abaixo.

  • Seth Berkley, diretor executivo da GAVI

“A GAVI só conseguiu atingir o impacto extraordinário de vacinar mais de 750 milhões de crianças desde 2000, trabalhando em conjunto com muitas das 12 agências. Sabemos o quanto conseguimos alcançar com fortes parcerias, mas também quanto potencial existe para fazermos mais, juntos, e alcançar aquelas pessoas que não têm acesso à saúde. A colaboração correta pode se tornar uma alavanca para uma atenção primária à saúde mais ampla e, por extensão, cobertura universal de saúde. É por isso que esse novo plano é tão importante, reunindo alguns dos maiores atores da saúde global para criar condições para uma saúde melhor e bem-estar para todas as pessoas. ”

  • Muhammad Ali Pate, diretor do Fundo Global de Financiamento para Mulheres, Crianças e Adolescentes (GFF)

“O Fundo de Financiamento Global apoia o Plano de Ação Global porque reconhece que a colaboração precisa ocorrer no nível nacional, e deve começar pelas necessidades e prioridades específicas de um país. Nossa colaboração deve ter dois objetivos: acelerar o progresso dos que estão mais afastados e garantir que todo o nosso apoio, como agências de desenvolvimento, seja destinado aos países para fortalecer seus próprios sistemas de saúde e de financiamento.”

  • Peter Sands, diretor executivo do Fundo Global de Combate à AIDS, Tuberculose e Malária (Fundo Global)

“Nosso cálculo é simples: o Fundo Global é uma parceria e, quanto melhor colaborarmos e coordenarmos com os parceiros, mais impacto teremos. Estamos comprometidos em fazer nossa parte para tornar o Plano de Ação Global uma realidade.”

  • Gunilla Carlsson, diretora executiva interina do Programa Conjunto Programa das Nações Unidas sobre HIV/ AIDS (UNAIDS)

“O Plano de Ação Global deve levar a um maior investimento em esforços liderados pela comunidade em todo o mundo, porque quando as comunidades são capacitadas, os resultados aparecem. Na resposta à AIDS, o envolvimento e a participação das comunidades resultaram em um aumento na captação dos serviços de prevenção e tratamento do HIV, na redução do estigma e da discriminação e na proteção dos direitos humanos. O empoderamento das comunidades será fundamental para alcançar uma boa saúde para todas as pessoas.”

  • Achim Steiner, administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)

“O Plano de Ação Global é o tipo de parceria do sistema que pode ajudar os países a acelerar o progresso na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, e cumprir a promessa de saúde e bem-estar para todas as pessoas.”

  • Natalia Kanem, diretora executiva do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA)

“Garantir que os sistemas de saúde possam oferecer serviços de saúde sexual e reprodutiva a todas as mulheres e jovens é essencial para garantir boa saúde e bem-estar ao longo da vida. O Plano é o nosso roteiro coletivo para colocar o ‘universal’ na cobertura universal de saúde, trabalhando juntos de novas maneiras, alinhadas às necessidades e prioridades dos países, para tornar esses serviços acessíveis a todas as pessoas.”

  • Henrietta Fore, diretora executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF)

“Milhões de crianças e jovens vulneráveis ​​estão morrendo por falta de medicamentos e serviços de saúde. Fortalecer os cuidados primários de saúde significa melhorar nossa capacidade de alcançar todas as crianças. Estamos comprometidos em trabalhar em conjunto com governos e parceiros para garantir que esse objetivo, um dia, se torne realidade.”

  • Lelio Marmora, diretor executivo do Unitaid

“A inovação é fundamental para alcançar as metas globais de saúde. Trabalhando juntos, inspiramos uns aos outros, desencadeamos novas ideias e alinhamos nossos esforços para superar os desafios. Com o Plano de Ação Global, nosso trabalho tem um impacto maior.”

  • Phumzile Mlambo-Ngcuka, diretora executiva da ONU Mulheres

“Até 2030, queremos ver mais mulheres e meninas com decisões informadas e controle sobre seus corpos, sua saúde e seu futuro, e com acesso a serviços de saúde reprodutiva e materna. Devem viver de forma segura e próspera, livres de qualquer forma de violência e favorecidas por uma legislação não discriminatória. O Plano de Ação Global pode servir como roteiro para ações coletivas transformadoras de gênero, para tornar isso uma realidade duradoura.”

  • Annette Dixon, vice-presidente de Desenvolvimento Humano do Banco Mundial

“Enxergamos os investimentos em saúde como vitais para os países construírem seu capital humano. Trabalhando melhor em conjunto com os países parceiros e nos responsabilizando, especialmente no nível nacional, seremos capazes de acelerar o progresso em direção à saúde e a igualdade de oportunidades para todas as pessoas.”

  • David Muldrow Beasley, diretor executivo do Programa Mundial de Alimentos (PMA)

“Não teremos um mundo sem fome, a menos que as pessoas possam ter acesso aos serviços que as ajudem a conseguir mais saúde. Esses objetivos andam juntos, de mãos dadas. É por isso que o Programa Mundial de Alimentos está comprometido a trabalhar com governos e nossos parceiros em todo o mundo para avançar mais rumo a um mundo mais saudável e bem alimentado.”

  • Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS)

“O plano se chama ‘Colaboração mais Forte, Saúde Melhor’ por um motivo. Embora a colaboração seja o caminho, o destino final é o impacto. O lançamento deste plano é o começo, e não o final desse caminho.”

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