Novo estudo não encontra diferença de risco de infecção por HIV entre três métodos contraceptivos

O UNAIDS saúda os novos resultados do estudo Evidence for Contraceptive Options and HIV Outcomes (ECHO), que mostram que não há diferença significativa no risco de infecção por HIV entre três métodos contraceptivos altamente eficazes. O estudo de larga escala, conduzido na Suazilândia, Quênia, África do Sul e Zâmbia, examinou o risco de infecção por HIV durante o uso do contraceptivo injetável, do implante inserido sob a pele e do DIU de cobre.

O estudo ECHO foi conduzido como parte dos esforços para coletar melhores evidências após uma série de estudos observacionais que sugeriam um possível aumento do risco de infecção por HIV em mulheres que usavam contraceptivos injetáveis com apenas progestógeno. “Estes resultados são essenciais para as mulheres em áreas de alta prevalência de HIV”, disse Gunilla Carlsson, Diretora Executiva Interina do UNAIDS. “Os resultados dão informações necessárias para que mulheres e meninas possam tomar decisões informadas ao escolher os métodos contraceptivos disponíveis.”

No entanto, o estudo também destaca o forte impacto que o HIV tem em mulheres e meninas no leste e no sul da África. O estudo encontrou uma incidência extremamente alta de infecções por HIV entre as mulheres que participaram da pesquisa—uma média de 3,8% ao ano—e a incidência foi ainda maior entre mulheres jovens com menos de 25 anos.

“Encontrar taxas tão altas de novas infecções entre mulheres jovens neste estudo é profundamente perturbador”, disse Gunilla. “Isso mostra que, apesar dos esforços conscientes para integrar o planejamento familiar aos serviços de HIV, claramente não estamos fazendo isso da maneira necessária para realmente apoiar as mulheres na proteção ao HIV. Os esforços focados em prevenção combinada devem ser urgentemente integrados e intensificados nos serviços de saúde sexual e reprodutiva, particularmente na África Oriental e Austral, para impedir que as mulheres sejam infectadas pelo vírus.”

A integração da prevenção ao HIV aos serviços de saúde sexual e reprodutiva em ambientes de alta prevalência inclui oferecer educação sobre HIV, testagem, vinculação à terapia antirretroviral para pessoas que recebem o resultado positivo para o teste de HIV, testagem de parceiros, incentivo ao uso de preservativos e profilaxia pré-exposição para proteção contra o HIV. A integração deve incluir a vinculação de mulheres com risco particularmente alto de infecção pelo vírus ao apoio social e econômico amplo.

Garantir que as mulheres jovens tenham acesso a uma ampla gama de métodos contraceptivos eficazes e à ferramentas para se proteger do HIV ajudará a garantir que as mulheres tenham poder sobre sua própria saúde e seus direitos sexuais e reprodutivos.

Com os resultados do novo estudo, a Organização Mundial da Saúde convocará um Grupo de Desenvolvimento de Diretrizes para revisar as recomendações já existentes sobre a elegibilidade das mulheres ao uso de diversos métodos contraceptivos em situações de alto risco de infecção pelo HIV. Recomendações atualizadas são esperadas até o final de agosto de 2019.

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