Dignidade é fundamental para saúde e bem-estar de pessoas trans

A Organização Mundial da Saúde divulgou a nova Classificação Internacional de Doenças, CID-11, no dia 18 de junho.

A nova versão não define mais questões associadas à identidade transgênero como transtorno mental. Em vez disso, há novas categorias de incongruência de gênero na adolescência e na idade adulta e incongruência de gênero na infância, que são classificadas como condições relativas à saúde sexual.

A CID fornece uma visão holística de todos os aspectos da vida que podem afetar a saúde e apoiar a tomada de decisões para serviços de programação e a alocação de gastos.

“Uma história vergonhosa de patologização, institucionalização,“conversão” e esterilização começa a chegar ao fim”, disse Mauro Cabral Grinspan, o Diretor Executivo da Ação Global pela Igualdade Trans (sigla em inglês GATE), uma organização internacional que trabalha com questões de identidade de gênero, expressão de gênero e características sexuais.

Michel Sidibé, Diretor Executivo do UNAIDS, saudou a decisão. “Este é um passo importante para que mais pessoas trans tenham acesso aos serviços de saúde”, disse ele.

De acordo com o relatório da Organização Mundial de Saúde, Pessoas Trans e HIV, as pessoas trans têm 49 vezes mais probabilidades de contrair HIV do que todos os adultos em idade reprodutiva. Muitas vezes enfrentam, desde muito jovens, estigma, discriminação e rejeição social em seus lares e comunidades por expressarem sua identidade de gênero. Tal discriminação, violência e criminalização impedem essa população de ter acesso aos serviços de HIV de que precisam para se manter saudáveis.

Embora a nova versão da CID deva ser apresentada para aprovação final na Assembleia Mundial da Saúde em maio de 2019, ativistas trans já estão trabalhando nas próximas etapas, incluindo revisão das categorias e definições, bem como a recepção em nível nacional.

Mauro Cabral Grinspan disse: “Trabalharemos com nossos aliados para garantir a implementação efetiva no nível nacional, a fim de melhorar as regulamentações e, ao mesmo tempo, assegurar o acesso total ao reconhecimento de gênero legal e aos cuidados de saúde de afirmação de gênero.”

Foto de capa: Delia Giandeini / Unsplash

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