Acabando com a epidemia de AIDS entre crianças, adolescentes e mulheres jovens

Acabar com a epidemia de AIDS entre crianças, adolescentes e mulheres jovens requer metas ambiciosas e uma abordagem super-fast-track, uma aceleração ainda mais intensa da resposta. Com base nos sucessos do Plano Global para eliminar novas infecções por HIV em crianças até 2015 e manter suas mães vivas, o UNAIDS, o Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Combate à AIDS (PEPFAR) e parceiros* lançaram, em 2016, o programa Start Free, Stay Free, AIDS-Free (Comece livre, permaneça livre, livre da AIDS, em português) para fornecer estrutura para o trabalho urgente que vem pela frente.

O programa Start Free, Stay Free, AIDS-Free prioriza ações em 23 países** que representam 87% das novas infecções por HIV entre crianças até 14 anos e aproximadamente 87% de todas as crianças e adolescentes que vivem com HIV em todo o mundo. Em 2016, estimava-se que 2,1 milhões de crianças viviam com HIV.

Em seu primeiro relatório de progresso, o Start Free, Stay Free, AIDS-Free reflete sobre as conquistas alcançadas durante o primeiro ano de implementação e destaca as áreas onde é necessária uma ação urgente.

“O mundo está na Via-Rápida para eliminar as novas infecções por HIV entre crianças e garantir que suas mães estejam vivas e saudáveis, mas precisamos fazer mais para garantir que todas as crianças vivendo com HIV tenham acesso ao tratamento imediatamente”, disse Michel Sidibé. Diretor Executivo do UNAIDS.

O relatório mostra que, globalmente, em 2016, houve 160 mil novas infecções por HIV entre crianças e que 140 mil aconteceram nos 23 países prioritários. Embora o número de novas infecções por HIV tenha diminuído, o declínio foi bem mais lento do que nos anos anteriores.

O relatório destaca preocupações relacionadas a novas infecções por HIV entre mulheres jovens e meninas. Em 2016, cerca de 200 mil adolescentes entre 15 e 19 anos foram infectados pelo HIV nos 23 países prioritários, dos quais 72% eram mulheres jovens.

A maioriamais de 70%de todas as novas infecções por HIV entre jovens acontece na África Subsaariana, que também tem a população jovem que mais cresce no mundo.

“Um alto número de novas infecções por HIV entre adolescentes e uma população em rápido crescimento poderia provocar uma explosão do HIV entre as mulheres jovens na África”, disse Deborah Birx, Coordenadora Global de AIDS dos Estados Unidos e Representante Especial para Diplomacia da Saúde Global. “O Plano de Emergência do Presidente para o Combate à AIDS está impulsionando ações mais rigorosas e inteligentes para prevenir as infecções por HIV e, finalmente, contribuir para o fim da AIDS entre crianças, adolescentes e mulheres jovens. Todas as pessoas merecem a chance de sobreviver, prosperar e realizar seus sonhos.”

Avanços no acesso ao tratamento

O relatório mostra que, embora tenham sido alcançados ganhos importantes no acesso à terapia antirretroviral para gestantes vivendo com HIV, muito mais precisa ser feito para alcançar as crianças.

Em 2016, cerca de 78% das mulheres grávidas que vivem com HIV tiveram acesso à terapia antirretroviral nos 23 países prioritários.

Metas Start Free

  • Reduzir as novas infecções por HIV entre crianças para 40 mil em 2018
  • Alcançar e manter 95% das mulheres grávidas que vivem com HIV em tratamento por toda a vida até 2018.

Metas Stay Free

  • Reduzir o número de novas infecções por HIV entre adolescentes e mulheres jovens para menos de 100 mil até 2020
  • Fornecer circuncisão masculina cirúrgica para prevenir o HIV em 25 milhões de homens até 2020 em todo o mundo, com foco em homens jovens com idades entre 10 e 29 anos.

Metas AIDS Free

  • Garantir que 1,6 milhão de crianças (0 a 14 anos) e 1,2 milhão de adolescentes (15 a 19 anos) vivendo com HIV tenham acesso à terapia antirretroviral até 2018.

Estima-se que a implementação e extensão da terapia antirretroviral durante a gravidez e a amamentação tenha evitado cerca de 270 mil novas infecções por HIV entre crianças somente em 2016.

O número de crianças em tratamento também aumentou, mas não na escala necessária. Em 2010, apenas 17% das crianças entre 0 e 14 anos tiveram acesso ao tratamento. Em 2016, esse número subiu para cerca de 43%, com cerca de 920 mil crianças com acesso à terapia antirretroviral. Embora esta seja uma melhoria clara, o acesso das crianças ao tratamento ainda está muito aquém do acesso dos adultos. Em 2016, cerca de 54% dos adultos vivendo com HIV tiveram acesso ao tratamento.

O relatório cita várias razões para o crescimento lento do acesso das crianças ao tratamento, incluindo baixas taxas de testagem. Apenas nove dos 23 países prioritários conseguiram testar e diagnosticar 50% ou mais das crianças que foram expostas ao HIV em 2016. Há taxas particularmente baixas de diagnóstico precoce de recém-nascidos nos dois primeiros meses de vida, quando a testagem é mais importante e a mortalidade relacionada ao HIV é mais alta. Sem acesso à testagem e ao tratamento, metade de todas as crianças que vivem com HIV morrerão antes do segundo aniversário.

Caminhos para avançar

O relatório oferece um conjunto de ações importantes que os países podem tomar para eliminar as novas infecções por HIV entre crianças, para testar e diagnosticar crianças e jovens que possam ter sido expostos ao HIV e para garantir que crianças e jovens tenham acesso à prevenção, medicamentos de qualidade, educação sexual e reprodutiva apropriada à idade e apoio e cuidados durante toda a vida, livres de estigma e discriminação.

Outras ações importantes incluem a aceleração de novos medicamentos e diagnósticos, promoção do engajamento da comunidade e dos serviços, circuncisão masculina cirúrgica, acesso à informações sobre saúde sexual e reprodutiva e acesso à profilaxia pré-exposição para jovens com maior risco de infecção.

“O futuro das crianças e adolescentes depende de ações que tomamos coletivamente hoje”, disse Sidibé.

As últimas estimativas, do final de 2017, serão divulgadas em julho de 2018 e fornecerão mais informações sobre o progresso do Start Free, Stay Free, AIDS-Free.

* Fundo das Nações Unidas para a Infância, Organização Mundial da Saúde e Fundação Pediátrica para AIDS Elizabeth Glaser.

** Angola, Botsuana, Burundi, Camarões, Chade, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Etiópia, Gana, Quênia, Lesoto, Malauí, Moçambique, Namíbia, Nigéria, África do Sul, Uganda, República Unida da Tanzânia, Suazilândia , Zâmbia e Zimbabué.

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