‘Pipoca da Prevenção’ distribui preservativos e leva mensagens sobre prevenção ao HIV durante o Carnaval de Salvador

O ator Luís Miranda, padrinho da campanha Pipoca da Prevenção, uniu-se a jovens ativistas e voluntários para percorrer as ruas da capital baiana durante as festividades do Carnaval e distribuir preservativos e mensagens sobre a importância da prevenção do HIV e outras IST (infecções sexualmente transmissíveis). Em um clima leve e contagiante de alegria carnavalesca, Miranda e os voluntários percorreram o Pelourinho, cantando e levando informações aos foliões, indicando também aos interessados os locais mais próximos de testagem para HIV e sífilis.

O ator Luís Miranda, padrinho da campanha, participou de ações de promoção de prevenção durante o carnaval. Foto: Genilson Coutinho/ UNAIDS Brasil


Durante os quatro dias de folia, mais de 30.000 mil preservativos foram distribuídos pela campanha, que concentrou suas ações em locais de forte presença de jovens e pessoas da comunidade LGBTI+. De acordo com Javier Angonoa, consultor do UNAIDS na Bahia, as ações contaram com uma média de 25 ativistas por dia. Os voluntários eram jovens ativistas na área de HIV e AIDS, formados pelo Grupo de Apoio à Prevenção à AIDS da Bahia (GAPA-BA), e pelo UNAIDS, em 2016.

A iniciativa ganhou elogios de muitos foliões, que acercavam-se do grupo com curiosidade em relação ao carrinho de camisinhas, que imitava um carrinho de pipoca. “O carrinho chamou muita atenção, por estar colorido, adesivado e cheio de preservativos. As pessoas olhavam, riam, se aproximavam e pegavam o preservativo de forma espontânea”, conta Gladys Almeida, presidente do GAPA-BA. “[Os ativistas formavam] uma galera engajada e motivada, que cantou paródias de músicas de carnaval associadas à prevenção das IST e da AIDS”, conta Gladys.

A Pipoca da Prevenção foi uma iniciativa GAPA-BA, em parceria com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), o Instituto Beneficente Conceição Macedo (IBCM), com apoio da Secretaria Municipal de Saúde e a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia. A alusão da iniciativa ao nome “pipoca”, que é como são chamados os foliões do carnaval baiano que não se associam a um bloco específico para brincar durante a festa, foi especialmente feliz, de acordo com Gladys, “pois esse ano houve o incentivo político à retomada do carnaval sem cordas em Salvador.”

“As campanhas de prevenção de rua, como essa, ainda são necessárias e muito bem recebidas pela população. A procura por preservativos é sempre muito grande”, afirma Javier Angonoa, consultor do UNAIDS na Bahia. “Foi muito importante também contar com uma equipe de jovens ativistas que ajudamos a formar nos últimos meses do ano passado. Por ser o primeiro trabalho conjunto, o grupo se mostrou unido, engajado e com vontade de fazer mais.”

Dados do Ministério da Saúde mostram que a epidemia de AIDS tem aumentado entre os mais jovens no Brasil. E a capital baiana segue a mesma tendência. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, a taxa de detecção de casos de AIDS por 100.000 habitantes entre jovens de 15 a 24 anos quase triplicou para 46,7 em 2015 – contra os 16,8 registrados em 2010. Além disso, a sífilis, apesar de ser uma doença antiga que tem cura, também tem crescido muito nos últimos anos – em Salvador, esse crescimento passou de 152 casos em 2010 para 535 casos em 2015.

Ações como a Pipoca da Prevenção são necessárias para conscientizar a população jovem sobre a importância da prevenção e a utilização de preservativos, e também engajar o maior número de pessoas na luta contra o HIV/AIDS. “Nesse sentido, é preciso investir na juventude”, conclui Gladys.

Lançada no Carnaval de 2017, a iniciativa terá desdobramentos ao longo do ano, durante grandes eventos públicos, como o São João, em junho, e outras comemorações de rua previstas para acontecer em Salvador.  

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