Publicação do UNAIDS destaca as recomendações para utilização da PrEP como forma de prevenção do HIV

Em meio ao debate nacional sobre a oferta da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) no Brasil, o UNAIDS (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS) destaca as recomendações para a utilização de PrEP reunidas na publicação Profilaxia Pré-exposição Oral: contextualizando uma nova opção, produzida em colaboração entre o UNAIDS, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a organização não governamental Global Advocacy for HIV Prevention (AVAC). O documento complementa as recomendações da OMS e oferece subsídios à utilização da PrEP oral na proteção de indivíduos e na contribuição para o fim da epidemia de AIDS.

A PrEP é o mais novo insumo entre os esforços de expansão das opções de prevenção combinada para pessoas sob alto risco de infecção pelo HIV. Os números e a cobertura da PrEP estão aumentando globalmente, mas com escala e cobertura ainda limitadas fora dos Estados Unidos. Em outubro de 2016, cerca de 100 mil pessoas estavam tomando PrEP, a maioria nos Estados Unidos. Um número significativo, mas não quantificável de pessoas tem  acesso à PrEP através de meios menos regulados, como o de compras pela internet.

Segundo o UNAIDS, a implementação rápida de programas de PrEP regulamentados por governos irá melhorar o monitoramento e a avaliação do uso da profilaxia e seu impacto na epidemia. É necessário um esforço adicional considerável para atingir o novo objetivo global de alcançar e ofertar a PrEP a três milhões de pessoas com risco substancial de infecção pelo HIV até 2020.

PrEP é a utilização de medicamentos antirretrovirais por pessoas HIV negativas para evitar que contraiam o vírus. A OMS recomenda o uso da PrEP oral por todos os grupos populacionais sob risco substancial de infecção pelo HIV (incidência do HIV de aproximadamente de 3 em cada 100 pessoas ao ano ou mais). A PrEP oral é altamente efetiva quando o medicamento é tomado regularmente. Pesquisas sobre outras formas de uso da PrEP estão em andamento.

A publicação conjunta do UNAIDS, OMS e AVAC apresenta, entre outras informações, quatro princípios essenciais sobre a PrEP: 1) a PrEP tem efetividade; 2) a PrEP deve fazer parte da resposta geral ao HIV; 3) a PrEP é uma escolha de prevenção; e 4) a PrEP é para pessoas com risco substancial de infecção pelo HIV.

A publicação completa está disponível em português aqui.

QUATRO PRINCÍPIOS ESSENCIAIS PARA A PrEP ORAL:

  • PrEP tem efetividade

A PrEP tem efetividade na prevenção da transmissão do HIV, e não foram encontradas diferenças significativas em termos de sexo, idade ou meio de transmissão sexual. A PrEP oral foi avaliada entre gays e outros homens que fazem sexo com homens, mulheres trans, homens e mulheres heterossexuais e pessoas que usam drogas injetáveis. Em cada um desses contextos, os dados são claros: a PrEP funciona quando tomada corretamente e de forma constante.

  • PrEP deve fazer parte da resposta geral ao HIV

Para pôr fim à epidemia do HIV, é necessária sinergia em torno dos três zeros: zero nova infecção por HIV, zero discriminação e zero morte relacionada à AIDS. A implementação da PrEP deve aprimorar os programas de HIV, inclusive testagem e ampliação do tratamento, e sua disponibilização deve sempre fazer parte de uma abordagem baseada em prevenção combinada. A PrEP complementa outras abordagens de prevenção informadas por evidências, incluindo programas de preservativos e fortalecimento de capacidades para profissionais do sexo, redução de danos para pessoas que usam drogas injetáveis e esforços para mudar o contexto jurídico e social que aumenta, para muitas pessoas, o risco de contrair o HIV.

  • PrEP é uma escolha de prevenção

A decisão de utilizar a PrEP é do indivíduo. Quando apresentada junto com outras opções de prevenção do HIV em um ambiente livre de estigma, os indivíduos podem escolher a estratégia de prevenção mais apropriada para eles.

  • PrEP não é para todo mundo: é para pessoas com risco substancial de contrair o HIV

A oferta da PrEP é uma decisão que deve levar em consideração as necessidades e os benefícios (prevenção do HIV) por um lado e, por outro, danos (possíveis efeitos adversos), custos e viabilidade. As pessoas com risco substancial de contrair o HIV seriam as mais beneficiadas ao poder ter acesso à PrEP enquanto escolha adicional no leque de opções de prevenção.

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