A cidade de SP se compromete a acelerar a resposta pelo fim da epidemia de AIDS até 2030

A cidade de São Paulo se comprometeu, nesta sexta-feira (27/11), a Acelerar a Resposta pelo fim da epidemia de AIDS até 2030. O prefeito Fernando Haddad, acompanhado do Secretário de Saúde do município, Alexandre Padilha, e da primeira-dama, Ana Estela Haddad, assinou a Declaração de Paris lançada pelo UNAIDS há um ano na capital francesa em um evento que reuniu prefeitos de diversas cidades do mundo.

O documento prevê o engajamento de cidades ao redor do mundo às metas de tratamento 90-90-90 do UNAIDS: que até 2020, estes municípios tenham 90% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas; destas, 90% estejam em tratamento antirretroviral; e destas, 90% tenham carga viral indetectável.

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Georgiana Braga-Orillard, Diretora do UNAIDS Brasil, apresenta a Eliana Gutierrez, coordenadora do Programa de DST/AIDS da cidade de São Paulo, e Alexandre Padilha, Secretário de Saúde do município, o Relatório de Cidades lançado pelo UNAIDS no ano passado. Créditos: Edson Hatakeyama – CESCOM/SMS-G

A Declaração de Paris encoraja as cidades signatárias a aprimorar e reforçar suas respostas ao HIV por meio da criação de condições que ampliem a capacidade dos mecanismos e instrumentos de prevenção combinada, como testagem, distribuição de preservativos, tratamento como prevenção, entre outros.

“A adesão da cidade de São Paulo às metas 90-90-90 é um passo muito importante para os quase 12 milhões de paulistanos e, certamente, uma inspiração para outras grandes metrópoles, do Brasil e do planeta,  que ainda não se comprometeram com a aceleração da resposta à epidemia de AIDS”, explica Georgiana Braga-Orillard, Diretora do UNAIDS no Brasil. “Muitas ações importantes já estão sendo implementadas por São Paulo e estamos certos de que este compromisso só trará resultados positivos para a cidade e seus cidadãos.”

De acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde na véspera da assinatura, São Paulo tinha, em 2014, 85 mil pessoas vivendo com HIV, das quais, 83% já haviam sido diagnosticadas. Deste grupo, 58% estavam em tratamento e 78% delas tinham tinham carga viral indetectável – de acordo com os parâmetros para medição das metas 90-90-90.

“É importante olharmos para as metas de tratamento sem perder de vista que o número de pessoas com carga viral indetectável representa apenas 37% de todas as pessoas estimadas com HIV no município”, ressaltou Eliana Gutierrez, coordenadora do Programa de DST/AIDS da cidade. “Isso significa que temos duas grandes prioridades diante de nós: promover a instituição do tratamento e fazer com que estes 37% se tornem pelo menos 72% de todas as pessoas vivendo com HIV no município até 2020”.

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Autoridades discutem a importância da Declaração de Paris para a aceleração da resposta à epidemia de AIDS. Créditos: Edson Hatakeyama – CESCOM/SMS-G

Para o Prefeito Fernando Haddad, além da mobilização da cidade, é preciso que a sociedade também faça a sua parte. “O sistema de saúde se aprimora para oferecer cada vez mais instrumentos necessários para o cidadão se prevenir e se tratar, agora é preciso que sociedade também faça a sua parte, busque e utilize estes serviços como resposta à epidemia”, disse durante a cerimônia de assinatura da Declaração de Paris.

Além de São Paulo, outras cidades brasileiras já aderiram à Declaração de Paris: as capitais Curitiba, Salvador e Rio de Janeiro, além dos três principais municípios da região de tríplice fronteira do Alto Solimões, no Amazonas – Tabatinga, Benjamin Constant e Atalaia do Norte.

Juntas, estas cidades respondem por mais de 22 milhões de habitantes. Até o final do ano a meta do UNAIDS no Brasil é levar este compromisso a outras capitais e regiões, elevando o número de cidadãos beneficiados para mais de 30 milhões.

 

Acesse o texto da Declaração de Paris na íntegra aqui.

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