Novas evidências confirmam: começar terapia antirretroviral mais cedo salva vidas

O ensaio clínico START (Strategic Timing of Antiretroviral Treatment), um estudo internacional rândomico financiado pelo National Institutes of Health (NIH), encontrou evidências convincentes de que os benefícios de começar a terapia antirretroviral imediatamente superam os riscos.

Os dados do estudo mostraram que o risco de AIDS, outras doenças graves ou morte foi reduzido em 53% entre as pessoas que iniciaram o tratamento quando os níveis de CD4 – uma medida da saúde do sistema imunológico – eram iguais ou superiores a 500, em comparação com o grupo cujo tratamento foi adiado para quando seus níveis de CD4 caíram para 350.

O anúncio do START acompanha uma série de resultados de pesquisas ao longo dos últimos anos, indicando os benefícios à saúde de se iniciar o tratamento para o HIV mais cedo. Os resultados destes estudos irão desempenhar um papel importante na formação do novo guia de tratamento da Organização Mundial de Saúde (OMS), que deverá ser lançado no final de 2015.

O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/ AIDS (UNAIDS) saúda mais esta evidência  de que o início da terapia antirretroviral com um nível de CD4 mais elevado tem efeitos positivo sobre a saúde e o bem-estar das pessoas vivendo com HIV.

“Toda pessoa vivendo com HIV deveria ter acesso imediato a terapia antirretroviral, que é capaz de salvar vidas”, disse Michel Sidibé, Diretor Executivo do UNAIDS. “Retardar o acesso ao tratamento de HIV sob qualquer pretexto é negar o direito à saúde.”

Para Sidibé, “esta é mais uma demonstração da importância da ciência e da pesquisa que que são capazes de possibilitar uma resposta ao HIV centrada nas pessoas e baseada em evidências, e que não deixam ninguém para trás”

“Os resultados apoiam fortemente a abordagem do UNAIDS de Aceleração da Resposta (conhecida em inglês como Fast-Track) para a alcançar as metas 90-90-90 de tratamento do HIV e acabar com a epidemia de AIDS em 2030”, concluiu.

As metas 90-90-90 propostas pelo UNAIDS e já assumidas por diversos governos de todos as esferas – incluindo prefeitos – ao redor do mundo, prevêem que:  90% de todas as pessoas vivendo com HIV saibam que têm o vírus; 90% das pessoas diagnosticadas com HIV recebam terapia antirretroviral; e 90% das pessoas recebendo tratamento possuam carga viral indetectável e não mais possam transmitir o vírus

O UNAIDS reafirma a importância de respeitar o direito que as pessoas têm  pessoa de conhecer o seu estado sorológico e decidir se e quando começar a terapia antirretroviral.

As decisões sobre o tratamento do HIV devem ser bem informadas e voluntárias.

Uma disponibilidade mais ampla e equitativa de terapia antirretroviral exige maiores esforços para lidar com as barreiras sociais e legais que impedem o acesso aos serviços de saúde para as pessoas vivendo com o HIV, especialmente as populações marginalizadas.

As evidências dos benefícios à saúde pelo tratamento precoce, combinada com descobertas anteriores sobre o impacto dos medicamentos antirretrovirais na redução da transmissão do HIV, confirmam que a terapia antirretroviral é um pilar dos esforços para salvar e melhorar vidas, bem como para prevenir novas infecções pelo HIV em conjunto com todas as outras opções de prevenção do HIV atualmente disponíveis.

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