HepAIDS 2017: Especialistas debatem avanços e desafios para a resposta ao HIV nas cidades

Ao lado de representantes de saúde das cidades de Curitiba, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo, a Diretora do UNAIDS no Brasil, Georgiana Braga-Orillard participou do painel de debates A resposta ao HIV/AIDS nas cidades para alcançar as metas 90-90-90, que aconteceu no dia 27/9, durante o 11º Congresso de HIV/AIDS, em Curitiba.

O objetivo do painel foi falar sobre os resultados do compromisso das cidades com a Aceleração da Resposta ao HIV para que consigam alcançar as metas globais 90-90-90 e as metas de zero estigma e discriminação até 2020, propostas pelo UNAIDS.

“O futuro da saúde pública que está sendo desenhado agora é um futuro urbano. As cidades estão enfrentando mudanças em ritmos muito mais acelerados do que antigamente e as ações de gestores terão impactos profundos na saúde pública nos próximos anos”, disse a Diretora do UNAIDS ao apresentar os dados mais recentes sobre a epidemia de AIDS nas cidades brasileiras e na América Latina e os principais desafios a serem enfrentados.

“Acelerar a resposta à epidemia nas cidades aumenta a qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV, ao mesmo tempo em que responde a outros desafios em saúde pública com caminhos inovadores para a prevenção da epidemia.”

Georgiana também apresentou as principais iniciativas para o fim da epidemia de AIDS e os compromissos assumidos pelas cidades brasileiras signatárias da Declaração de Paris. “É muito importante termos em mente que as populações-chave não podem estar fora da resposta à epidemia”, disse. “Sem a inclusão delas, não vamos alcançar as metas 90-90-90”. A Diretora do UNAIDS destacou exemplos de boas práticas nas cidades brasileiras na resposta ao HIV, destacando iniciativas em Salvador, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro, entre elas a realização das campanhas Proteja o Gol, durante a Copa do Mundo de 2014, e a #EuAbraço, que aconteceu durante os Jogos Olímpicos de 2016.

Diretora do UNAIDS fala sobre a importância das cidades na resposta à epidemia. Foto: Daniel de Castro/UNAIDS Brasil

Também participaram da mesa as Coordenadoras municipais de HIV/AIDS das cidades de Curitiba, Clea Elisa Lopes Ribeiro, São Paulo, Maria Cristina Abatte, de Salvador, Helena Cristina Alves Vieira Lima, e Rio de Janeiro, Luciane Oscar. Elas apresentaram os avanços e desafios para a resposta à epidemia em suas respectivas cidades, todas signatárias da Declaração de Paris.

Declaração de Paris

As primeiras cidades brasileiras a assinar a Declaração de Paris em dezembro de 2014 foram Curitiba, Salvador e Rio de Janeiro. As demais adesões aconteceram em 2015: três cidades fronteiriças do Alto Solimões (AM)—Tabatinga, Atalaia do Norte e Benjamin Constant—, além de São Paulo (SP), Manaus (AM), Belém (PA), Porto Alegre (RS) e outros 13 municípios do Rio Grande do Sul, incluindo o próprio governo do estado e o Distrito Federal. Juntas, estas 23 cidades somadas ao Distrito Federal e ao Estado do Rio Grande do Sul, contam com uma população de quase 35 milhões de brasileiras e brasileiros.

Em julho de 2017, outras oito cidades assinaram a Declaração de Paris no Brasil, durante o encontro da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), em Campinas, no interior paulista: Aracaju (SE), Campinas (SP), Fortaleza (CE), Palmas (TO), Santana de Parnaíba (SP), Jaguariúna (SP) e Vitória (ES). O município do Rio de Janeiro, que já havia assinado a Declaração em 2014, reafirmou seu compromisso assinando novamente o documento juntamente com as demais cidades. Lançada pelo UNAIDS em dezembro de 2014 na capital francesa, a Declaração de Paris busca mobilizar esforços locais para alcançarmos o fim da epidemia de AIDS até 2030. Os municípios brasileiros se somam a mais de 200 prefeituras ao redor do mundo que já estão mobilizadas rumo às metas de tratamento 90-90-90 para 2020: ter 90% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas; que destas, 90% estejam em tratamento; e que 90% deste grupo tenham carga viral indetectável. Além das metas de tratamento, os prefeitos se comprometem a colocar as pessoas no centro das ações e enfrentar as causas do risco, das vulnerabilidades e da transmissão do HIV.

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