Romper o isolamento: empoderar mulheres jovens e adolescentes para que tenham acesso a serviços integrais de atenção à saúde

Na Reunião de Alto Nível da Assembléia Geral das Nações Unidas Sobre o Fim da AIDS, que aconteceu em Nova York (8 a 10 de junho), a Organização das Primeiras Damas Africanas contra o HIV/AIDS (OAFLA, da sigla em inglês) pediu por uma maior integração entre os serviços para melhorar os índices de saúde entre as meninas adolescentes e mulheres jovens.

Primeiras-damas Africanas se juntaram às primeiras-damas do Haiti e do Panamá nessa convocação para o empoderamento das mulheres jovens e adolescentes na resposta à AIDS. As primeiras-damas disseram que as meninas adolescentes devem assumir papéis de liderança a fim de assegurar o desenvolvimento de programas e políticas que sejam adequadas às suas necessidades e que respeitem plenamente os seus direitos à saúde sexual e reprodutiva.

Elas também instaram os serviços de saúde a melhor integrar a prestação dos serviços com o desenho dos programas a fim de ajudar meninas adolescentes e mulheres jovens em sua habilidade para de fazer escolhas de vida bem informadas e se manter saudáveis, inclusive para que se protejam da infecção pelo HIV.20160608_OAFLA_14

Em todo o mundo, as doenças relacionadas à AIDS continuam a ser a principal causa de morte entre mulheres em idade reprodutiva. Em 2015, houve 250 mil [de 180 mil a 340 mil] novas infecções pelo HIV em todo o mundo entre os adolescentes (com idade entre 15 e 19 anos), e as meninas adolescentes representaram 65% dessas novas infecções nessa faixa etária. Estima-se que doenças relacionadas à AIDS sejam a principal causa de morte entre os adolescentes na África subsaariana. Violências baseadas em gênero, desigualdade de gênero, estereótipos nocivos relacionados a gênero, estigma e discriminação, muitas vezes impedem as mulheres e meninas de conhecer o seu estado sorológico e acessar serviços adequados de prevenção e tratamento do HIV.

A sessão das primeiras-damas apresentou exemplos de políticas e programas inovadores focados em adolescentes e oferecidos por governos, meninas adolescentes, mulheres jovens organizações internacionais, setor privado e por doadores internacionais.

O evento na Reunião de Alto Nível sobre o Fim da AIDS foi organizado pela OAFLA em colaboração com o UNAIDS, a Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (Gavi) e o Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Combate à AIDS.

 

CITAÇÕES

“A Organização das Primeiras-Damas Africanas contra o HIV/AIDS acredita fortemente que, ao mover-se rumo às Metas de Aceleração de Resposta, é preciso assegurar que nenhuma menina ou menino seja deixado para trás. Precisamos abordar as necessidades dos jovens, especialmente das meninas, combatendo a desigualdade de gênero e outros fatores que aumentam sua vulnerabilidade ao HIV.”

Lordina Mahama, a primeira-dama do Ghana

“Informação permite que os jovens façam escolhas e empoderamento é ter escolhas. Eu encorajo todos nós a ouvirmos sobre as melhores práticas em programas para que possamos ser catalisadores e defensores de políticas que realmente funcionem para as mulheres jovens.”

Lorena Castillo de Varela, a primeira-dama do Panamá

“Apesar do progresso alcançado, temos de redobrar os nossos esforços. Devemos oferecer de maneira simples as informações em relação à infecção pelo HIV.”

Claudine Talon, Primeira-Dama do Benin

“Na hora em que entramos nessa nova fase de Resposta à AIDS, precisamos prestar atenção especial às mulheres, jovens e crianças. Precisamos de novas estratégias para acabar com a violência contra mulheres e meninas, reduzir o abandono escolar precoce e terminar com casamentos precoces forçados.”

Adjoavi Sika Kaboré, Primeira-Dama do Burkina Faso

“Temos que oferecer às comunidades um pacote de abordagens integradas que inclua imunização, saúde e direitos sexuais e reprodutivos e educação.”

Antoinette Sassou-Nguesso, Primeira-Dama do Congo

“Precisamos redobrar os nossos esforços para oferecer terapia antirretroviral para proteger o futuro dos nossos países, porque nossos jovens são o futuro. Em particular, os nossos jovens precisam ter acesso igual e justo à educação e aos cuidados de saúde.”

Dominique Ouattara, Primeira-Dama da Costa do Marfim

“Eu gostaria de fazer um apelo para a solidariedade internacional efetiva, que permitirá que o Haiti proteja as mulheres jovens e adolescentes.”

Ginette Michaud Privert, Primeira-Dama do Haiti

“A questão é como podemos evitar novas infecções pelo HIV entre mulheres jovens. Precisamos de uma educação sexual abrangente em nosso currículo escolar e devemos falar com eles na linguagem que eles entendem… Nós fizemos muito, mas há muito mais a ser feito.”

Monica Geingos, Primeira-Dama da Namíbia

“É extremamente importante atender as necessidades de saúde reprodutiva de jovens africanos, para que alcançemos o fim da epidemia de HIV no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.”

Aissata Issoufou Mahamadou, Primeira-Dama do Níger

“Nós precisamos falar alto e acabar com o abuso e qualquer tipo de violência. Eu digo basta!”

Thandiwe Mudhumo, ativista jovem

“Thandiwe Mudhumo é a personificação da coragem, resistência e esperança. Se continuarmos a falhar com as mulheres adolescentes e jovens, a epidemia de AIDS não vai ter fim.”

Michel Sidibé, Diretor Executivo do UNAIDS

“Nós precisamos valorizar as mulheres jovens, corrigir os problemas que resultaram na falta de impacto na redução de infecções por HIV entre elas e desenvolver mulheres jovens resilientes, empoderadas, livres da AIDS, que estejam prontas para liderar a próxima geração de meninas.”

Deborah Birx,  Embaixadora e Coordenadora Global de AIDS dos Estados Unidos.

“A juventude da atual geração é a maior da história. Se almejamos um dividendo demográfico dessa geração, temos de investir em adolescentes agora. Depende de todos nós romper com esse isolamento e adotar de soluções inovadoras.”

Seth Berkley, CEO, Gavi, a Aliança Vaccine

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