Exposição de fotos ‘Revelando a Vida’ retrata o olhar de jovens vivendo e convivendo com HIV sobre as cidades de Brasília, Rio e BH

A abertura da exposição nacional de fotos Revelando a Vida, no Museu Nacional de Brasília, marcará as celebrações do Dia Mundial de Luta contra a AIDS (1º de dezembro) na capital federal. As 40 fotos selecionadas para a mostra, que ficará no Anexo do Museu até o dia 31 de dezembro de 2015, são resultado de aulas de capacitação profissional em fotografia que o projeto Positivo na Lata ofereceu a 100 jovens e adultos vivendo e convivendo com HIV/AIDS nas cidades de Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ) e Belo Horizonte (MG).

Todos os participantes do projeto  puderam aprender desde o método analógico de fotografar – fotolata – até as técnicas da era digital. Além de mostrar o olhar destes aspirantes a fotógrafos sobre suas cidades, a experiência deu voz a questões importantes no debate sobre o HIV e a AIDS, como o sigilo quanto à sorologia, a discriminação e a falta de informação da sociedade diante dos temas relacionados à epidemia, que ainda atinge muitas pessoas no Brasil e no mundo, em especial os jovens.

“O medo do estigma e da discriminação ainda faz com que muitos dos participantes destas oficinas prefiram o anonimato”, conta Beth Bogea, Relações Públicas do Instituto Bogea, idealizador e realizador das oficinas do projeto Positivo na Lata. “Nesse sentido, podemos dizer que o aprendizado se deu nas duas direções. Ao mesmo tempo em que treinamos estes jovens, nós também aprendemos muito sobre as dificuldades de se viver e conviver com o HIV e suas consequências.”

A cerimônia de inauguração da exposição, aberta apenas a convidados, contará com uma grande celebração das conquistas alcançadas pelo Brasil e pelo mundo na resposta à epidemia de AIDS. A cúpula do Museu Nacional receberá projeções especiais neste dia, com mensagens sobre o dia 1º de dezembro e imagens das principias fotografias da exposição. Realizada em parceria com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) e a Caixa Seguradora, o evento contará ainda com a presença da cantora Wanessa, que será oficialmente nomeada Embaixadora de Boa Vontade do UNAIDS, também em celebração ao dia 1º de dezembro.

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Preparação para o evento de inauguração da exposição. Foto: Divulgação/Positivo na Lata

Preparação para o evento de inauguração da exposição. Foto: Divulgação/Positivo na Lata     

“Nunca uma geração de jovens teve tanto acesso a informação e, ao mesmo tempo, nunca vimos uma juventude tão pouco informada sobre o HIV e a AIDS e os riscos que isto represeanta para a saúde e o bem-estar das pessoas”, afirma Georgiana Braga-Orillard, Diretora do UNAIDS no Brasil. “O engajamento da Wanessa como parte do nosso time de embaixadores nos ajuda muito a alcançar estes jovens com mensagens mais próximas da realidade que eles vivem. Essa será a missão e o desafio dela e estamos confiantes de que ela fará um ótimo trabalho conosco.”

A pesquisa Saúde Sexual e Reprodutiva dos Jovens Brasileiros, realizada em 2011 com 1.208 jovens pela Caixa Seguradora, patrocinadora do projeto Positivo na Lata, revelou que de cada dez jovens entrevistados, com idade entre 18 e 29 anos, quatro achavam que não era preciso usar camisinha em um relacionamento estável e três ficariam desconfiados da fidelidade do parceiro, caso ele propusesse o sexo seguro.

A pesquisa também revelou falta de alguns conhecimentos básicos sobre o HIV e a AIDS entre estes jovens entrevistados: um em cada cinco achava que seria possível contrair HIV ao usar os mesmos talheres e/ou copos de outras pessoas, e 15% dos entrevistados pensavam que doenças como malária, dengue, hanseníase ou tuberculose também são Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). 

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Jovens participam de ação no metrô. Foto: Divulgação/Positivo na Lata

“A discriminação é um dos maiores obstáculos que ainda temos diante de nós se quisermos realmente vencer a epidemia de AIDS. Por causa dela, milhares de pessoas são marginalizadas se afastam dos serviços de saúde essenciais e de qualidade, da testagem rotineira para o HIV e até mesmo do tratamento, que é essencial para a qualidade de vida de quem vive com o vírus e para frear a epidemia”, disse Wanessa. “Eu falo sobre HIV e AIDS porque acredito que precisamos estar mais conscientes deste risco. Precisamos falar mais sobre isso nas escolas, em casa e entre os amigos.”

Dados mais recentes divulgados pelo UNAIDS mostram que até junho de 2015, quase 16 milhões de pessoas estavam em tratamento para o HIV em todo o mundo. Em 2014, o Brasil registrou entre 610 mil e 1 milhão de novas infecções pelo HIV. E, apesar de muitos avanços e do empenho do governo federal e de governos locais, a epidemia continua atingindo muitas pessoas, especialmente os jovens de 15 a 24 anos – que respondem por 1/3 das novas infecções.

NOTA AOS EDITORES

Dia Mundial de Luta contra a AIDS

Desde 1988, o dia 1º de dezembro é marcado pelas celebrações do Dia Mundial de Luta contra a AIDS. Seu objetivo tem sido o de celebrar as conquistas na reposta à epidemia de AIDS e de prestar homenagens a todas as pessoas que já morreram por complicações causadas pela doença. Desde março de 2014, o UNAIDS lidera um movimento global pela promoção da Zero Discriminação. O objetivo é eliminar o estigma, o preconceito e a discriminação relacionados ao HIV e à AIDS, bem como a muitos outros fatores socioculturais que também impactam na resposta à epidemia.

Laço vermelho

O laço vermelho, sempre presente nas ações relacionadas à AIDS, é um dos símbolos mais conhecidos de engajamento e solidariedade entre sociedades e povo. Criado em 1991 por artistas de Nova York, ele tem a missão de simbolizar a paixão, o coração e o amor de cada um que se engaja e se envolve neste movimento pelo fim da epidemia. Representa também a união de forças por meio de ações, eventos e repercussão na mídia para falar sobre a importância da prevenção, da testagem, das pesquisas científicas e, acima de tudo, do respeito aos direitos humanos e da construção de um mundo com zero discriminação.

Exposição Positivo na Lata: Revelando a Vida

As 40 fotos selecionadas para a exposição de âmbito nacional, realizada em Brasília, têm o objetivo de unir a arte ao espírito de espírito de solidariedade  que envolve a resposta à epidemia de AIDS. Ela provoca a reflexão sobre o olhar e a perspectiva revelada por jovens e adultos vivendo e convivendo com HIV, aspirantes a fotógrafos, levantando questões como a semelhança e a diferença dos olhares sobre locais comuns, sobre a vida e sobre o direito que cada indivíduo tem de se expressar como quer e como precisa. Idealizada pelo Instituto Bogea, no âmbito do projeto Positivo na Lata, a exposição retrata cidades conhecidas pelos brasileiros, como a capital federal, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

Serviço:

Exposição Nacional de Fotografia Positivo na Lata: Revelando a Vida

Data: 01 de dezembro – Dia Mundial de Combate ao HIV/AIDS.

Cerimônia de abertura: 20h

Local: Museu Nacional da República – Anexo II

Esplanada dos Ministérios. Brasília, DF, Brasil.

 

Organização: Instituto Bogéa de Educação, Esporte e Música – IBEM

Patrocínio: Caixa Seguradora.

Realização: UNAIDS e Ministério da Cultura

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